Pesquisa DataPoder360 Afeta o Mercado

 | 30.08.2018 11:57

Nessa semana o Ibovespa subiu 3 pregões e caiu em apenas um. Estava completando quase 3% de alta no período, mas hoje abriu em queda. Em parte, por acompanhar os mercados externos, que têm as bolsas em queda e algumas moedas caindo frente ao dólar. Em parte, por refletir a pesquisa eleitoral que apontou Haddad com potencial de 35%.

O dólar seguiu caminho semelhante, após cair no pregão de ontem. Hoje a moeda está sendo negociada com 54 pontos de alta, saindo, nos futuros, a R$ 4,164. Além da pesquisa, que ameaça o segundo turno de Geraldo Alckmin, pesam as desvalorizações da lira turca e do peso argentino.

A pesquisa eleitoral de hoje colocou Lula com 30%, Bolsonaro com 21%, Ciro e Alckmin com 7% e Marina com 6%. Juntando a performance ruim de Alckmin no JN de ontem, voltamos ao estágio de considerar abalada a hipótese do tucano disputar o segundo turno. Como a estratégia de campanha do PSDB – que dava esperança às mesas do mercado – era “desidratar” Bolsonaro e disputar votos com Marina, Álvaro Dias e indecisos, os dados atuais trazem frustração. Ainda que a pesquisa coloque o petista e o tucano com o mesmo potencial de disputa para o segundo turno, o que é certo é que, até agora, o único que se garante para a segunda fase é Bolsonaro. Todos os outros candidatos têm a mesma chance, em média, nas pesquisas. Vale (SA:VALE3) repetir enfaticamente: a chances de Alckmin ir ao segundo turno são grandes, mas não se materializaram até agora. Por enquanto, o segundo turno é viável para quase todos os candidatos. Mais que isso, em um segundo turno com Ciro ou Haddad, Bolsonaro tem chances enormes de ser derrotado. As probabilidades de um candidato à esquerda, portanto, ainda são elevadas e precisam ser colocadas nos preços. Os ajustes do Ibovespa, do dólar e dos juros, devem continuar.

O risco país medido pelo CDS de 5 anos, seguindo a mesma trajetória dos preços dos ativos domésticos, bateu 300 pontos. Ainda que seja muito menor que o observado em 2002, mostra um movimento de correção. De março para cá ele mais que dobrou, saindo de 140 pontos para os atuais 300.

Somando um pouco mais de realidade aos comitês de campanha, o IBGE divulgou a PNAD, que mostrou quase 13 milhões de desempregados. A população subutilizada está em 27,6 milhões de pessoas e a de desalentados em 4,8 milhões. A renda real caiu, de R$ 2.215 para R$ 2.205. Esse perfil do mercado de trabalho, que tem 91,7 milhões de empregados, mostra que o país está com sua população vivendo um longo período de penúria, que deve continuar se refletindo nas expectativas em relação aos candidatos. Esse é mais um indicador que sinaliza um estado da economia muito ruim, que dessa desafia as propostas eleitorais e deve manter viva a visão de James Carville, de que a economia tem uma influência decisiva nas escolhas dos eleitores.

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No exterior o peso argentino está sendo negociado a $ 35,88, após ter batido $ 39,5 no início da manhã. O banco central do país, o BCRA, elevou a taxa de juros para 60%, de forma a segurar a desvalorização da moeda. No ano, o dólar subiu mais de 90% em relação ao peso. Esse novo movimento da moeda deteriora as condições econômicas e políticas do nosso vizinho.