A Recuperação da Indústria em 2017

 | 15.02.2018 10:21

Em 2017, a economia brasileira finalmente entrou em rota de recuperação. Aos poucos, os indicadores econômicos fechados para 2017 vão sendo divulgados, o que nos possibilita ter um diagnóstico melhor do desempenho da economia no ano passado. Felizmente, embora ainda estejamos apenas no início da recuperação, a maioria dos dados vêm mostrando um quadro mais favorável do que o esperado no início do ano.

Foi assim, por exemplo, com o mercado de trabalho. A taxa de desemprego encerrou o ano em 11,8%, menor do que no mesmo mês do ano anterior pela primeira vez desde o início da crise. Outro indicador de atividade que se destacou foi a produção da indústria, que cresceu 2,5% em 2017, interrompendo uma longa sequência de perdas: de 2012 a 2016 a indústria brasileira viu seu nível de produção diminuir em 17%.

Ao longo do ano, a elevação da produção industrial foi praticamente constante: foram 10 meses de alta. No último mês do ano, dezembro, o crescimento foi ainda mais expressivo, ficando em 2,8% (a maior taxa mensal desde jun/13).

Apesar da recuperação, é importante lembrar que a produção industrial ainda se encontra em nível bastante deprimido. Quando se leva em consideração uma janela temporal mais ampla, nota-se que a produção de 2017 ainda está 15% abaixo do pico, este que foi alcançado em 2011. Em relação ao início da série, em 2002, o crescimento acumulado é de apenas 10%. Assim, ainda há um amplo caminho para a recuperação.

Feita essa introdução, quais são os destaques da indústria no ano?

Em primeiro lugar, nota-se que foi um crescimento disseminado. Houve alta em 19 dos 26 setores da pesquisa e em todas as 4 categorias de uso.

Primeiramente por setores: as maiores contribuições ao crescimento vieram de veículos (com alta de incríveis 17,2%), indústria extrativa (4,6%) e equipamentos eletrônicos e informática (19,6%). Outro setor que se destacou foi fumo, com a maior taxa de crescimento (+20,4%), mas por ser pequeno gerou um impacto menor no resultado total da indústria.

No lado oposto, as maiores contribuições negativas foram observadas em derivados de petróleo e biocombustíveis (-0,5 p.p.) e farmoquímicos e farmacêuticos (-0,1 p.p.).