A saída da Cemig e o dilema do possível caixa

 | 20.04.2023 18:08

Ao longo do relatório a gente chegou a dizer que a transmissão de energia é um segmento “à prova de idiotas". Por se tratar de um setor muito regulado e com Receitas bem previsíveis, é muito difícil encontrar um problema que seja relevante para uma companhia que atua exclusivamente na construção e operação dessas linhas.

No entanto, em 2021 surgiu um fantasma para assombrar a vida da Taesa (BVMF:TAEE11). A Cemig (BVMF:CMIG4), que possui uma fatia com pouco mais de 20% da Taesa, disse que estava pensando na hipótese de vender a sua participação na companhia. Porém, essa venda não é algo tão simples de acontecer. 

A Cemig não manda na Taesa sozinha, ela divide o controle com o Grupo ISA. Por conta disso, se a Cemig resolver vender a sua participação na empresa, o Grupo ISA pode exercer o seu direito de preferência e se tornar a única controladora da companhia. Segundo o CFO da Cemig, a companhia pretende acelerar esse processo em 2023. 

O maior problema com a saída da Cemig gira em torno de uma joint venture que a Taesa tem com a Alupar (BVMF:ALUP11), conhecida como Transmissora Brasileira de Energia (TBE). A TBE, que conta com 13 concessões, tem uma RAP de quase R$ 1 bilhão. Esse valor representa cerca de 20% das RAPs da Taesa, considerando a fatia dela em cada uma das suas concessões.

O acordo de acionistas determina que, caso haja mudança no controle da Taesa, a Alupar terá o direito de comprar a participação da Taesa na joint venture. Se a Alupar exercer esse direito de preferência, a Taesa vai receber uma montanha de dinheiro, mas deixará de contar com o caixa gerado pelas operações dessas linhas. 

Isso é algo muito importante, pois não está muito claro o que a Taesa fará com esse caixa. Investiria em novas linhas? Difícil, já que os leilões de transmissão estão muito concorridos. No último leilão realizado, por exemplo, devido à concorrência e aos maiores custos de financiamento e construção, o UBS calculou uma TIR média de 6,8% para o leilão. Isso dá uma TIR Nominal de 12,08%, ou seja, está rendendo menos que o CDI. Entrar em um leilão como esse não faz muito sentido, já que um título do Tesouro de longo prazo hoje paga quase 6% ao ano. 

Ela poderia distribuir esse dinheiro como dividendos. Quem vive de proventos adoraria, num primeiro momento, mas é fato que, depois dessa distribuição extraordinária, os dividendos iriam minguar bastante, já que a Taesa perderia 20% da Receita.

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