A Segunda Onda na Bolsa Brasileira: Investir em Ações Americanas Através de BDRs

 | 19.08.2020 10:08

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) fez uma mudança, semana passada, nas regras para negociação dos recibos em ações estrangeiras BDR’s (Brazilian Depositaty Receipts) na B3 (SA:B3SA3).
A partir de setembro o pequeno investidor vai poder comprar ações de empresas “gringas” aqui mesmo na bolsa de valores brasileira.
A regra anterior permitia que apenas investidores qualificados, com patrimônio superior a 1 milhão de reais, pudessem investir nos BDR’s. Os BDR’s tinham pouca liquidez, com volume médio negociado de cerca de 3 milhões de reais, e isso para os mais conhecidos.
Eu costumo dizer que tudo no Brasil chega com um pouco de atraso, mas agora será possível investir nos recibos de ações (BDR’s) de empresa americanas diretamente aqui na B3. Afinal, muito investidores já tinham conta aberta em corretoras nos EUA para comprar ações americanas.
Na coluna de hoje vou falar sobre a minha visão sobre o investimento em ações americanas por meio de BDR’s, o que na minha visão pode ser a segunda onda de crescimento da participação da renda variável (ações) no patrimônio dos brasileiros.
O que são BDR’s?
Os BDRs (Brazilian Depositary Receipts) são certificados de depósito de valores mobiliários, títulos emitidos no Brasil que representam outro valor mobiliário no exterior. Ao investir em BDRs, o investidor assume posição similar à que teria caso realizasse o investimento nos ativos estrangeiros por eles representados.
Mudanças nas regras
A CVM basicamente fez três mudanças nas instruções que regulamentam os BDR’s: i) permissão para que investidores que não sejam considerados qualificados possam negociar BDR’s; ii) previsão de emissão de BDR lastreados em cotas de fundos de índice (ETF’s) admitidas à negociação no exterior e; iii) permissão para que os BDR sejam lastreados (a) em ações emitidas por emissores estrangeiros com ativos ou receitas no Brasil ou (b) em títulos de dívida, inclusive emitidos por companhias abertas brasileiras.
Liquidez dos BDR’s
Os BDR’s que têm maior liquidez na B3 atualmente são: Amazon (SA:AMZO34), Alphabet (SA:GOGL34) (dona da Google (NASDAQ:GOOGL)), Microsoft (SA:MSFT34), Apple (SA:AAPL34), Facebook (SA:FBOK34), Berkshire (SA:BERK34) e Visa (SA:VISA34) (apenas para ficar com os sete mais líquidos). Entretanto, a liquidez dos BDR’s ainda é baixa, com cerca de 3 milhões de reais negociados diariamente.