A Subjetiva Perspectiva do Mercado Americano

 | 03.06.2015 09:44

  • Mais de meio trilhão de dólares em dívidas de margens na bolsa de NY parece um exagero de otimismo frente a uma alta do mercado com já mais de seis anos!
  • Apesar da pior crise desde 1929 e a mais lenta recuperação econômica já registrada, tanto a alavancagem como as ações seguem batendo novos recordes de alta.
  • Se o gráfico do mercado de ações norte-americano não se sustenta em qualquer força dos fundamentos econômicos, sob que perspectiva poderíamos analisá-lo?

Eu costumava desenhar muito quando criança. Enquanto o lápis riscava o papel, os pensamentos voavam soltos ao som de clássicos do rock em vinil. A atividade era introspectiva, mas eu me entretinha.

Não sei ao certo que idade eu tinha quando minha mãe me ensinou o truque para obter perspectiva. Ela me mostrou que linhas retas convergindo para um ou mais pontos no horizonte podiam orientar os ângulos e as formas de modo mais realista. Foi bastante esclarecedor e eficiente! Mas depois de algumas experiências interessantes, eu voltei a desenhar a olho, de modo mais intuitivo ou infantil. Sem dúvida alguma, eu estava mais seduzido pela liberdade que eu gozava ao desenhar, do que pela possibilidade de obter uma melhor representação gráfica do mundo real. Afinal de contas, eu ainda era menino!

Mesmo assim, graças à atenção da minha mãe, aquela noção de perspectiva ficou gravada em mim para sempre. Um ponto de foco à distância era capaz de evitar distorções incômodas e gritantes. Embora eu nem sempre marcasse no papel as retas e os pontos no horizonte, eu os imaginava e seguia mentalmente.

No caso do desenho abaixo, mostrando as ruas de uma cidade, podemos traçar várias retas convergindo para dois pontos diferentes no horizonte. Quanto mais complexa a imagem, mais importantes serão esses pontos de fuga para a obtenção de uma boa perspectiva.