A Taxa de Câmbio, a Recessão e o Risco Fiscal

 | 01.07.2022 06:00

Caros leitores, nos últimos dias o que vocês tem mais ouvido é que os investidores estão receosos com risco fiscal e a recessão mundial. 
 
Vamos aos fatos: a recessão é praticamente uma certeza. Quando as taxas de juros sobem, o consumo diminui, a indústria produz menos e, como consequência, não precisam de tantos funcionários, o que culmina em demissões. Além de tornar os empréstimos mais caros para famílias e empresas. A questão mais importante é o quanto essa recessão lá fora vai impactar por aqui e por quanto tempo. O posicionamento agressivo dos principais bancos centrais, que seguirão firmes no aperto da política monetária à medida que buscam domar a inflação, certamente terá um impacto negativo sobre o crescimento. 
 
Neste cenário, o normal é a busca por ativos seguros, como o dólar.  Além disso, a alta de juros nos Estados Unidos também traz retornos mais altos e seguros por lá ao investidor. 
 
Ainda falando de economia internacional, a China é nosso principal “cliente” de exportações de commodities, o que nos leva a crer que, se o consumo por lá não for tão afetado, por aqui não teremos grandes impactos nas exportações (que respondem por boa parte do PIB). Mas precisamos ficar atentos às ondas de Covid e aos índices de crescimento e consumo por lá.
 
Olhando para dentro de casa, temos que o Brasil ainda oferece uma taxa Selic interessante para investidores, que buscam lucrar com diferenciais de juros entre dois países (o famoso carry trade). Os custos dos empréstimos estão em 13,25% atualmente, com a maioria dos mercados esperando alta adicional de 0,50 ponto percentual em agosto, para 13,75%. Essa taxa de juros aqui é um fator que pode ajudar o real a mostrar alguma recuperação adiante, já que juros mais altos tornam a moeda brasileira mais rentável.
 
Mas… incertezas fiscais nacionais farão a diferença no comportamento do dólar. E, neste momento, a tramitação no Congresso da PEC que estabelece um estado de emergência para ampliar auxílios sociais já existentes e cria um novo benefício destinado a transportadores autônomos, com custo total estimado em 38,75 bilhões de reais, impõe tanta insegurança quanto a questão fiscal. Ainda mais em período pré-eleições, onde já sabemos que qualquer atitude ou fala dos candidatos pode impactar nas expectativas do mercado.  
 
Apesar da volatilidade de ontem, o dólar à vista fechou cotado em R$ 5,2311 para venda. 
 
Julho acaba de começar, segunda-feira será feriado nos EUA, e hoje acompanharemos o impacto da Pec, e o IPP (Índice de Preços ao Produtor) de maio, que é um indicador que antecede a inflação ao consumidor. Nos EUA teremos PMI (índice de atividade industrial) de junho. 
 
Bom final de semana a todos e feliz férias escolares aos pequeninos.
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