A Zona do Euro Sobreviverá aos Aumentos das Taxas de Juros?

 | 10.04.2022 19:32

Em 2002, a moeda única, o euro, entrou oficialmente em circulação e foi mais um passo para a integração europeia. O pressuposto era que o euro deveria principalmente sincronizar os ciclos de negócios, intensificar as trocas econômicas e, consequentemente, o crescimento do PIB.

Após 20 anos, pode-se concluir que a maioria dessas suposições não se provou na prática. O primeiro grande teste da área do euro foi a crise financeira de 2008, que se transformou em uma crise da dívida soberana. A resposta à crise foi um afrouxamento significativo da política monetária na forma da introdução do programa QE (quantitative easing, que significa enxurrada de dinheiro do mercado pelo Banco Central) e uma redução dinâmica das taxas de juros, que permaneceram no nível zero por 6 anos. O tempo da política monetária dovish (pomba em inglês par designar "política frouxa") está chegando ao fim e, no entanto, os aumentos das taxas podem ser outro teste para a durabilidade da área do euro em sua forma atual.

h2 O problema da dívida dos países do sul ainda está presente/h2

De acordo com os dados de 2021, a dívida na área do euro oscila em torno de 100% do PIB. Uma dinâmica particularmente alta surgiu com a pandemia de Covid-19 , que resultou em um significativo afrouxamento fiscal, que visava mitigar os efeitos dos bloqueios e restrições introduzidos. Parece que os critérios de Maastricht, que deveriam ser uma barreira à adesão à zona euro, foram definitivamente esquecidos na zona monetária. Recorde-se que as condições básicas são uma relação dívida/PIB não superior a 60% e o déficit público máximo de 3% ao ano. Olhando para os países da área do euro mais endividados, pode se concluir que estes critérios deixaram de ser aplicáveis.