Ações americanas são aniquiladas pela alta da inflação e dos juros
Michael Kramer | 14.09.2022 09:49
Tanto esforço para nada. Foi necessário apenas um dia para o mercado americano apagar todos os ganhos de uma semana inteira. Um rali de quase 6% no S&P 500 evaporou em questão de sete horas.
O mercado está se movendo com uma velocidade impressionante, e isso se deve às condições de baixa liquidez, aliadas a fluxos sistêmicos em busca de momentum.
Parecia que todos em Wall Street acreditavam que o IPC não decepcionaria. A única instituição que aparentemente interpretou corretamente a realidade foi a sucursal do Fed em Cleveland. Ela tem um histórico de acertar nesse quesito, enquanto o resto de Wall Street estava focado na queda dos preços da gasolina. Ocorre que a correção de quase 10% no galão de gasolina sequer conseguiu evitar a alta mensal de 0,1% no índice de preços ao consumidor, que ficou cerca de 20 pontos-base acima das estimativas. Imagine o desastre que teria sido se a gasolina não tivesse caído 10%.
E o petróleo pode começar a subir, principalmente agora que o governo Biden avalia recompor as Reservas Estratégicas dos EUA com o barril cotado ao redor de US$ 80.
Isso provocou uma reviravolta no petróleo instantaneamente. E você sabe por quê. Se os preços do petróleo começarem a subir, a gasolina também subirá.
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O que ficou bastante claro nos dados de ontem do IPC é que a inflação está aderente e deve continuar subindo em linha reta. Portanto, sejamos honestos aqui: o tipo de inflação que gera preocupação é aquela renitente, e os dados do Fed de Atlanta sugerem que a inflação não está nem perto do pico.
Quase me esqueci de mencionar que o mercado agora considera uma chance de 66% para uma alta de 75 pb e 34% para uma alta de 100 pb nas taxas de juros.
Isso fez com que a taxa da nota de 2 anos do Tesouro americano subisse 17 pb, fechando a 3,75%, um enorme movimento.
O resultado é uma carnificina absoluta, com o S&P 500 negociado em torno de 3.930 pontos e apagando tudo o que avançou nos últimos dias, em uma queda de 4,3%. O pior é que o declínio de ontem parece ter sido uma onda três de impulso e, assim que romper 3.900, há boas chances de que a cunha ascendente que apontei no fim de semana faça com que o mercado retorne para as mínimas ou registre novas.
A NVIDIA (NASDAQ:NVDA) (BVMF:NVDC34) afundou ontem e registrou uma nova mínima de ciclo, atingindo o suporte em torno de US$ 134. Neste momento, a próxima parada da NVIDIA pode ser US$ 115. Pode parecer difícil de acreditar, mas dê uma olhada no quanto o papel já caiu desde aqueles resultados horríveis.
A Costco (NASDAQ:COST) (BVMF:COWC34) parece estar formando um padrão de ombro-cabeça-ombro (OCO) dentro de outro OCO. O padrão de OCO menor, se for confirmado e perder a linha de pescoço ao redor de US$ 509, pode fazer a ação cair mais 10%.
A Apple (NASDAQ:AAPL)(BVMF:AAPL34) foi amassada ontem, depois de um grande movimento de alta na segunda-feira. A ação devolveu tudo e retornou para onde estava em 8 de setembro. O nível de US$ 151 é muito importante e deve ser observado, já que, se perdido, será difícil evitar uma queda até US$ 140.
Artigo original
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