Açúcar: Indicador do Cristal (SP) Acumulou Alta de 2,6% em Maio

 | 07.06.2021 11:53

O Indicador do Açúcar Cristal CEPEA/ESALQ (estado de São Paulo) acumulou alta de 2,60% em maio, fechando a R$ 115,81/saca de 50 kg no dia 31. A média mensal foi de R$ 115,08/sc, 6,22% superior à de abril (R$ 108,34/sc) e 53,88% acima da de maio/20 (R$ 74,79/sc de 50 kg), em termos nominais. Desde o início oficial da moagem da safra 2021/22, os preços do cristal vêm subindo no mercado spot do estado de São Paulo. A justificativa para o avanço dos preços tem sido a oferta restrita nestes dois primeiros meses da temporada, devido ao início tardio da moagem e à queda na produtividade dos canaviais, reflexo do baixo índice de chuvas na região. Na última semana de maio, a média dos preços negociados no spot paulista seguiu em alta, e, além da restrição de oferta, compradores estiveram mais ativos no mercado, fortalecendo a demanda e aumentando a liquidez. Ressalta-se que, em termos nominais, os preços do açúcar cristal registrados em maio são os maiores de toda a série histórica do Indicador CEPEA/ESALQ. Além disso, os altos valores internacionais também sustentaram as cotações no spot paulista durante o mês. O contrato Julho/21 do demerara operou na casa dos 17 centavos de dólar por libra-peso na Bolsa de Nova York em maio21, contra 10 centavos de dólar por libra-peso no início de maio de 2020 (primeiro vencimento).

Segundo a Unica, a moagem de cana-de-açúcar na primeira quinzena de maio somou 41,07 milhões de toneladas na região Centro-Sul do País, queda de 3,01% em relação à quantidade processada no mesmo período da última safra (42,34 milhões de toneladas). No acumulado deste ciclo, a moagem somava 86,31 milhões de toneladas até a primeira quinzena de maio, contra 103,04 milhões de toneladas acumuladas no mesmo período de 2020 – queda de 16,24%. A produção de açúcar na primeira quinzena de maio totalizou 2,38 milhões toneladas, recuo de 4,39% em relação ao mesmo período da safra passada. No Nordeste, a oferta de açúcar no mercado spot esteve concentrada em poucas unidades produtoras, e os preços das negociações tiveram altas expressivas. Algumas reduziram a oferta do produto para não esgotar os estoques até o início da próxima safra. De maneira geral, houve aumento nos volumes negociados, especialmente em Alagoas. Em maio/2021, o Indicador mensal do açúcar cristal CEPEA/ESALQ em Pernambuco foi de R$ 119,89/sc de 50 kg, altas de 4,94% frente a abril/2021 e de 43,14% em relação a maio/2020, em termos nominais. Em Alagoas, o Indicador mensal foi de R$ 120,98/sc, altas de 6,35% em relação a abril/2021 e de 44,45% frente a maio/2020, também em termos nominais. Na Paraíba, o Indicador mensal do cristal CEPEA/ESALQ foi de R$ 115,78/sc, elevações de 5,24% em relação a abril/2021 e de 40,66% frente a maio/2020.

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Na Bolsa de Nova York (ICE Futures), os valores do demerara subiram, impulsionados por perspectivas de menor produção no Brasil. Segundo o Consecana-SP (Conselho dos Produtores de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Etanol do Estado de São Paulo), a queda na produção frente à temporada anterior pode chegar a 7%. Em algumas regiões brasileiras, produtores estimam reduções acima dos 20%. Além disso, as menores produtividades dos canaviais elevaram as cotações do etanol, levando algumas usinas a aumentar a produção do biocombustível em detrimento do açúcar. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) estima incremento de 6 milhões de toneladas na produção global de açúcar em 2021/22, atingindo 186 milhões de toneladas, tendo em vista a recuperação da oferta na Tailândia, União Europeia e Índia. Ainda segundo o USDA, o consumo mundial deve atingir um novo recorde, de 174 milhões de toneladas, alavancado pelas demandas da China e da Índia, a despeito das ondas de covid-19 que persistem na maior parte dos grandes países consumidores. Cálculos do Cepea indicam que, em maio, as vendas internas do açúcar remuneraram, em média, 5,92% a mais que as externas. Esse cálculo considera o valor médio do Indicador CEPEA/ESALQ e do vencimento Julho/21 do Contrato nº 11 da Bolsa de Nova York (ICE Futures), prêmio de qualidade estimado em US$ 46,01/tonelada e custos com elevação e frete de US$ 43,31/tonelada.