Agenda Robusta de Reformas, Austeridade Fiscal e Privatizações: Nada em 2020!

 | 14.10.2020 07:02

O álibi será sempre a pandemia, mas o fato é que o governo deixou muito a desejar e esta perda de objetividade será atribuída à crise do coronavírus, mas todos sabem que parte do discurso e boas intenções se perderam na falta de articulação política, protagonismo mesmo do governo e da realidade do discurso teórico ter sido sempre acima do possível na prática.

O ano de 2020 será um ano perdido!

E o pior, não nos afastamos tanto quanto desejado da pandemia como problema de saúde pública, mas muito menos da dependência financeira da grande massa da população carente dos programas assistenciais do governo massificados ao longo da pandemia, mas sabidamente insustentáveis pelo caixa do governo no longo prazo, mas agora também visto e objetivado como fator de extrema relevância na campanha antecipada de reeleição do Presidente.

E ainda dentro da inércia de realizações de ações mais relevantes na área econômica, ainda fluiu a criatividade de inúmeras e desgastantes tentativas de “pedaladas e bicicletas” para gerar recursos para a continuidade dos programas assistenciais, agora eficazes na construção da popularidade do Presidente, e na margem transitam ideias de aumento de tributações, extremamente prejudiciais ao país no momento em que necessita se reerguer para a retomada das atividades econômicas, fatores que atingem a credibilidade e confiança e geram incertezas e dúvidas.

Foi criada a estratégia do “câmbio alto e juro baixo” com múltiplos objetivos focando dinamizar a atividade econômica brasileira e a atratividade perdida do país aos investidores estrangeiros.

Lamentavelmente a teoria naufragou na prática e houve só o forte benefício ao setor do agronegócio, cambio alto em momento de preços elevados no mercado internacional, e muito malefícios a economia brasileira que voltou a conviver com a inflação, em especial na cadeia alimentícia fortemente afetada pelos preços de exportações, e não logrou dinamizar as privatizações pela inércia do governo e pelo desinteresse externo, praticamente não saiu do papel.

A tese do “Brasil barato” para atrair com o câmbio alto os investidores estrangeiros em conta capital e também no mercado de renda variável, dado o desinteresse pelo mercado de renda fixa face à queda do juro, também resultou desapontadora, a saída de recursos da renda variável foi dantesca.

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A pandemia elevou a DP brasileira e o achatamento do juro com o crescimento do risco fiscal vem deixando o BC/TN acuado com forte pressão de mais juros e encurtamento do prazo da dívida, o que não é boa política.

Da economia se apontam alguns índices em recuperação, não se sabe exatamente o quanto dependente dos programas assistenciais do governo e se evita objetivamente esta abordagem, mas o empenho na continuidade tem razões concretas para que não ocorra um desmonte brusco no otimismo.

O desemprego é relevante e ainda não contido, e a geração de novos empregos seguramente será com menor intensidade do que as vacâncias havidas e o consumo do brasileiro será notoriamente diferente, mais seletivo e defensivo, com preocupação maior na poupança de reserva.

O governo tem dificuldade em sancionar alguns ajustes imprescindíveis no momento, até por serem contraditórios aos discursos otimistas, como elevar a taxa SELIC para equacionar em patamar melhor o dólar, a ideia do “câmbio alto e juro baixo” não é errática, mas há de haver parâmetros que contribuam para a simetria entre estes ativos, já que estamos num país que tem uma DP exuberante que precisa ser rolada e necessita de juro maior para não ter que encurtar o prazo da mesma para mascarar resistência e que não tem porque ter dólar com preço exacerbado visto que tem reservas cambiais confortáveis e mercado de derivativos sofisticado.

Contudo, o fator risco fiscal só se tornará nocivo ao câmbio quando houver desequilíbrio no juro apontando para eventual dificuldade em rolagem da DP e que então fará o dólar reserva de valor como refúgio num ambiente de crise maior, já tendo havido alguns movimentos neste sentido, por busca do “hedge da insegurança”.

Podem alguns confrontar e afirmar que o CDS do país é confortável, mas a rigor deveria ser até mais baixo, visto que o Brasil é credor líquido em moeda estrangeira, considerando a dimensão de suas reservas cambiais.

Agora, convivemos com tempos eleitorais e a rigor reformas imprescindíveis, privatizações e austeridade fiscal até por extrema necessidade poderão ocorrer a partir do ano de 2021, mas é altamente preocupante para a economia e para os dependentes financeiros se o governo não conseguir equacionar a problemática do financiamento dos programas assistenciais às classes menos favorecidas, que se estima em 34 milhões de brasileiros.

O dólar poderá ter seu preço aviltado, mas seguramente não será por demanda legítima de mercado à vista, para este o BC atua profilaticamente, mas por demanda defensiva se houver intensificação das incertezas e insegurança.

E, ao que tudo indica a poupança represada pelos mais abastados terá o direcionamento do investimento em imóveis e não para a B3 (SA:B3SA3) o que pode levar grande parte dos IPO´s a serem repensados para 2020.

Nos Estados Unidos as expectativas sobre programa extraordinário focando alavancar as soluções para as consequências gerais da pandemia, dado o clima eleitoral que envolve a cadeira Presidencial, poderá ser postergada para primeiro ato do Presidente eleito, mas mesmo que saia antes, não se deve nutrir perspectivas de que recursos venham a fluir para o Brasil.

Não há negacionismo, mas sim realismo e sem o olhar cético sobre a realidade será difícil retomar os rumos da prosperidade.

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