Agenda Sem Grandes Sobressaltos

 | 14.09.2021 09:23

Mercado na expectativa da inflação americana (CPI) num momento em que se aguarda a reunião do FOMC da semana que vem (dia 22), assim como do Copom. Por aqui, estejamos atentos aos dados de atividade de Serviços, do IBGE de julho. Aguardemos também o discurso de Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central do Brasil, em evento do BTG Pactual (SA:BPAC11), e Silva e Luna, presidente da Petrobras (SA:PETR4), em audiência da Comissão de Energia (9h00), debatendo sobre a escalada do preço dos combustíveis.

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Nos mercados, segunda-feira (dia 13) teve Ibovespa nas máximas e dólar nas mínimas, com juro longo em queda, refletindo um ambiente político “menos tóxico”, depois da “Carta à Nação” do presidente Bolsonaro, se comprometendo com mais “moderação e harmonia entre os poderes” (até quando?). Soma-se a isso, o fracasso das manifestações do dia 12, o que praticamente enterrou as chances de impeachment, pelo menos, por enquanto.

Agora, a expectativa é que Paulo Guedes volte a ter espaço de manobra para poder tocar sua agenda, com a resolução do imbróglio dos precatórios, retirando do teto dos gastos, o anúncio oficial do início do “Auxílio Brasil”, talvez em novembro, e o andamento das reformas tributária e administrativa. A primeira está no Senado, com Rodrigo Pacheco, que deve alterá-la; a segunda saindo de Comissão temática, indo para o debate do plenário da Câmara.

Falando da pandemia , a variante Delta parece estar se comportando de forma diferente no Brasil, na comparação com outros países. Por aqui, meses depois de ser identificada, não parece ter causado grandes estragos. Os números, aliás, são declinantes. Dia 13 eram 6,645 novos casos, com 215 óbitos, 587 mil desde o início.

Já os EUA revisaram seu controle de entrada para países como Portugal, mas continuando no rigor contra o Brasil. Para nós, a entrada direta segue proibida, dependendo de uma quarentena em algum país, como o México. Nosso grau de risco passou de “muito alto” para “alto”, mas continuamos restritos. Já em Portugal acabou a restrição de circulação das pessoas no uso obrigatório de mascara em locais abertos.

Na CPI da Covid, o relatório final, de Renan Calheiros, deve ser divulgado no dia 29 de setembro. Hoje, terça-feira, será dia das oitivas do empresário a advogado Marcos Tolentino, no esforço dos membros de destrinchar a investigação sobre as fraudes no Ministério da Saúde.

No mercado, a corretora norte-americana JPMorgan Chase & Co (NYSE:JPM) (SA:JPMC34) está revendo suas projeções para a economia brasileira. Sobre o crescimento do PIB neste ano, prevê 5,1% e não mais 5,2%, em 2022 recuando a 0,9% e não mais 1,5%. Na taxa Selic, neste ano a 9,0%, em três altas de 1 ponto, diante do descontrole inflacionário. Atualmente, a taxa Selic está em 5,25% e, como dito, na próxima reunião do Copom, que acontece no dia 22, devendo ser elevada entre 1,0 e 1,25 ponto, a 6,25% a 6,50%. Ou seja, o BACEN deve ser mais hawkish agora para trazer a inflação ao centro da meta em 2022. Este ano, como já dito aqui, já parece perdido (IPCA a 8,0%).

A pesquisa Focus mostra alta na projeção para o câmbio em 2021, passando de R$ 5,17 a R$ 5,20, com o IPCA, de 7,58% para 8,00%, daí o ajuste da Selic. Nesta pesquisa da Focus passou de 7,63% a 8,0%.