Agenda Turbulenta no Congresso

 | 19.10.2021 09:01

Foi uma segunda-feira de aversão ao risco em todos os mercados. O Ibovespa até ensaiou alguma recuperação, assim como as bolsas de NY, mas acabou sucumbindo e fechando em leve queda. O dólar e o juro futuro, em alta. A corroborar para este “ambiente tóxico”, dados da economia chinesa, mais fracos do que o esperado, além da economia norte-americana, ampliando a desconfiança de uma retomada global mais consistente. A isso, a inflação de energia, com petróleo, carvão, gás natural, todos em pressão de alta.

Neste cenário, de aversão e fuga de moedas dos emergentes para “porto seguros”, no Brasil o real acabou desvalorizando ainda mais, diante de um cenário externo mais incerto e doméstico, que não colabora muito, ainda pior.

Nesta semana, temos decisão da PEC do precatório, que pode abrir espaço para o “uso populista” das políticas sociais de transferência de renda, algo bem usual também no passado recente; para piorar, a ameaça de greve dos caminhoneiros, o que pode paralisar o país, e a prorrogação do auxílio emergencial para dezembro de 2022. Neste contexto, no mercado cambial, a oferta extra de swap, pelo Bacen, pouco tem se mostrado suficiente, na mais recente, em US$ 500 milhões, com o dólar subindo 1,2% a R$ 5,5205. Foi dia também de pressão nos yelds dos treasuries curtos e médios, o que derrubou a bolsa de valores. Ao fim, somando aos dados mais fracos da China e dos EUA, o Ibovespa fechou em queda de 0,19%, a 114.428 pontos.

  1. Conforme os vários ruídos no cenário doméstico, pela sua elevada liquidez global, conforme dados da Bloomberg, o real é a moeda q mais se deprecia no cenário global, nos últimos 30 dias menos 4,0% de valor frente ao dólar. E isso acontece num cenário de ativa atuação do Bacen, despejando mais de US$ 4 bilhões, desde o dia 30 de setembro. A corroborar para este “estado de coisas”, a postura de muitos no governo a ser leniente no front fiscal, apostando na populista decisão de prorrogar o auxílio emergencial até abril do ano que vem, além da batalha pelo Auxílio Brasil, um “voto de cabresto”, prática comum nos últimos ciclos de poder deste país. “Pagou, ganha votos”. Segundo o presidente do Congresso, Arthur Lira, “não podemos só pensar em teto dos gastos e responsabilidade fiscal em detrimento da população”.