Preços Internos e Externos da Soja Caem em Agosto

 | 14.09.2016 14:16

Pressionados pela expectativa de safra mundial recorde em 2016/17, os preços internos e externos da soja e do farelo caíram em agosto para os menores patamares desde abril. No Brasil, a valorização do Real frente ao dólar, de 2% em relação a julho, reforçou a pressão sobre as cotações, tendo em vista que encarece a oleaginosa, reduzindo a demanda internacional.

Nos Estados Unidos, o clima favoreceuo desenvolvimento do grão, mantendo as expectativas de produtividade elevada e de safra recorde. No Brasil, sojicultores se mostram otimistas com a safra 2016/17 e aguardavam chuvas na primeira quinzena de setembro para iniciar a semeadura da soja a partir da segunda metade do mês, quando termina o período de vazio sanitário.

O Indicador da soja Paranaguá ESALQ/BM&FBovespa, referente ao grão depositado no corredor de exportação e negociado na modalidade spot (pronta entrega), no porto de Paranaguá (PR), teve média de R$ 81,69/saca de 60 kg em agosto, forte queda de 6,6% em relação à de julho e de 4,6% sobre o mesmo período do ano passado, em termos reais.

A média ponderada da soja no Paraná, refletida no Indicador CEPEA/ESALQ, chegou a R$ 77,57/sc em agosto, baixa de 6,4% em relação ao mês anterior e de 3% se comparado a ago/15, também em termos reais.

Na média das regiões acompanhadas pelo Cepea, de julho para agosto, os preços caíram 6,8% no mercado de balcão (recebido pelo produtor) e 6,2% no de lotes (negociação entre empresas). Já no comparativo anual, as variações são positivas em 8,6% e 11,7%, respectivamente.

Para o farelo de soja, também na média das praças consultadas, os preços de agosto recuaram 8,7% em relação aos de julho e 0,6% frente aos de agosto/15, em termos reais.

Os estoques brasileiros de soja se mostram reduzidos, e a quantidade disponível para venda é de qualidade abaixo do padrão, principalmente no Centro-Oeste, cenário que limitou a liquidez no correr de agosto. A oleaginosa de menor qualidade eleva o teor de acidez no óleo, aumentando o custo de produção deste derivado. Esse fator reduziu a oferta de óleo de soja nacional, o que combinado à maior demanda pelo derivado de boa qualidade impulsionaram os preços do óleo nos mercados brasileiro e norte-americano.

A demanda doméstica pelo óleo aumentou especialmente para a produção de biocombustível. A maior demanda externa pelo produto nacional, por sua vez, esteve atrelada à baixa oferta de óleo de palma na Malásia e Indonésia.

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Entre julho e agosto, os valores do óleo de soja subiram 7,2%, com a tonelada a R$ 2.797,19 (posto na cidade de São Paulo com 12% de ICMS) na média mensal. No comparativo anual, o aumento real foi de 7,5%.

No front externo, os embarques de óleo de soja atingiram 165,9 mil toneladas em agosto, mais que o dobro da quantidade embarcada em julho (73,83 mil toneladas), mas ainda 36,2% menor que a de ago/15. Na parcial de 2016, as vendas de óleo ficam 10,7% abaixo das de 2015, conforme números da Secex.

De farelo de soja, foram exportadas 1,09 milhão de toneladas em agosto, 21,1% a menos que em jul/16 e 1,5% que em ago/15. Ainda assim, nos oito primeiros meses de 2016, as vendas externas do farelo somam 10,92 milhões de toneladas, volume recorde para o período.

Também recordes para a parcial do ano, as exportações brasileiras de soja em grão da safra 2015/16 acumulam 48,17 milhões de toneladas. Há quatro meses, porém, o ritmo de novos negócios para exportação está mais lento, devido justamente à menor disponibilidade interna. Em agosto, especificamente, os envios de soja ao exterior se limitaram a 3,82 milhões de toneladas, queda de 34,1% em relação a jul/16 e de 26,1% sobre ago/15 – dados Secex.

Nos Estados Unidos, até o final de agosto, 73% das lavouras de soja da safra 2016/17 estavam em condições boas e excelentes, dez pontos percentuais acima do mesmo período da temporada passada, segundo números do USDA.

Na Bolsa de Chicago (CME Group), a média do primeiro vencimento da soja teve baixa de 5,1% entre julho e agosto, a 10,0784/bushel (US$ 22,22/sc de 60 kg). Em termos nominais, a variação anual foi positiva em 6,7%. Para o farelo, a média do primeiro vencimento foi de US$ 330,65/tonelada curta (US$ 364,48/t) em agosto, expressiva queda de 9,6% no comparativo mensal e de 1,6% no anual. Para o óleo, a média foi de US$ 0,3228/lp (US$ 711,73/t) em ago/16, 6,3% acima da de jul/16 e expressivos 13,2% superior à de ago/15.

Análise sobre o mercado de soja elaborada pelo Cepea.

Equipe: Prof. Dr. Lucilio R. Alves, Débora Kelen Pereira da Silva, Rafaela Moretti Vieira, Ketlyn Accorsi, Camila Pissinatto, Yasmin Pascoal Butinhão, Isabela Rossi (SA:RSID3) e Stefane Moura.

Contato: cepea@usp.br

II - Séries Estatísticas Cepea

SOJA
Indicador de preços da soja CEPEA/ESALQ - média mensal: R$ 77,57/sc ou US$ 24,19/sc

Região/Praça

Diferenciais (em valor)
R$ US$
Passo Fundo – RS 2,177 0,679
Ijuí – RS 1,575 0,491
Sudoeste Paraná 0,733 0,229
Oeste Paraná 1,348 0,420
Norte Paraná 1,209 0,377
Sorriso – MT 7,625 2,377
Ponta Grossa – PR 0,030 0,009
Paranaguá -3,285 -1,024
Fonte: Cepea/EsalqNota: Diferencial = Indicador – Região; saca de 60 kg

Derivados (US$/t)
Óleo Farelo
Mercado interno Mercado externo
Mercado interno 451,50 399,67
Mercado externo 447,64 395,80
Fonte: Cepea/Esalq
Obs: Porto de referência: Paranaguá Bolsa de referência: CBOT Região de referência: Oeste do Paraná Embarque em Set/16 Grão Externo: US$ 395,31/ toneladaInterprete-se: o maior valor indica a opção mais atrativa de comercialização.
Soja Farelo Óleo
158,51 (Set/16) 8,55 (Set/16) 1,81(Set/16)
96,02 (Fev/17) 14,52 (Out/16) 1,88(Out/16)
75,08 (Mar/17) 16,13 (Nov/16) 1,90(Nov/16)
Elaboração Cepea/Esalq
Obs: Porto de referência: Paranaguá Bolsa de referência: CBOT Unidades: Soja: centavos de dólar por bushel Farelo: dólar por tonelada curta Óleo: centavos de dólar por libra-peso

Soja (US$/saca de 60 Kg)Para embarque em Set/16 Farelo (US$/t curta)Para embarque em Set/16 Óleo (US$/t)Para embarque em Set/16
25,71 373,90 751,55
Fonte: Cepea/Esalq
Obs: Porto de Referência: Paranaguá Bolsa de Referência: CBOT

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