Ainda podemos confiar na inversão das curvas de juros como indicador de recessão?

 | 09.10.2023 12:14

  • A volatilidade do mercado na sexta-feira revela a persistente insegurança econômica, elevando mais uma vez as chances de uma recessão nos Estados Unidos.

  • Por outro lado, o Goldman Sachs (NYSE:GS) contesta o valor prognóstico da curva de juros na conjuntura atual. 

  • Quem tem razão?

  • Estamos atravessando novamente um período conturbado no mundo, no qual a economia e as bolsas de valores tendem a apresentar maior instabilidade. A última sexta-feira não foi diferente.

    Nesse dia, recebemos uma série de indicadores econômicos dos Estados Unidos, como folha de pagamentos privada, folha de pagamentos não agrícola e a taxa de desemprego. Inicialmente, vimos um aumento nos juros e uma queda brusca nas ações. No entanto, pouco antes do início do pregão, as ações protagonizaram uma reviravolta surpreendente, encerrando o dia em território positivo. Curiosamente, isso marcou a primeira vez que o S&P 500 fechou uma sessão com um ganho de mais de 1 por cento desde o final de agosto.

    O cenário atual do mercado tornou-se cada vez mais difícil de interpretar. Muitas vezes, nos força a enfrentar uma realidade dura: reconhecer quando erramos e não previmos tais movimentos de mercado.

    No último um ano e meio, os bancos centrais ao redor do mundo têm combatido a inflação elevando as taxas de juros de forma vigorosa. As ações do Federal Reserve têm sido das mais incisivas da história. Surpreendentemente, apesar dessas medidas, ainda não vivenciamos uma recessão.

    Diante do tempo considerável que se passou, poderíamos talvez argumentar que já estamos presenciando uma suave desaceleração econômica?

    No momento presente, se analisarmos uma das tendências marcantes - comparando os índices NASDAQ e Russell 3000 - fica evidente que as ações de crescimento de mega-cap continuam a superar tanto as small-caps quanto as large-caps. Essa tendência permanece um aspecto notável do atual cenário de mercado.