Algodão: Mercado da Pluma Registrou Dois Momentos Distintos em Março

 | 12.04.2021 15:15

O mercado de algodão em pluma registrou dois momentos distintos em março. Nos primeiros dias do mês, os valores internos subiram, movimento que já vinha sendo observado em janeiro e em fevereiro, tendo como impulso a demanda aquecida, a posição firme de vendedores e a baixa oferta de pluma no spot nacional. Diante disso, o Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, chegou a atingir R$ 5,2251/lp no dia 4 de março, recorde nominal diário da série histórica do Cepea, iniciada em 1996. Já nos dias seguintes, o elevado preço interno e as incertezas geradas pelo novo avanço da covid-19 no Brasil – que resultaram em restrições de circulação de pessoas e em fechamento do comércio em muitas cidades – afastaram agentes de indústrias do mercado spot. Nesse contexto, a oferta começou a se sobrepor à demanda, e os preços passaram a cair de forma consecutiva. No geral, apenas compras pontuais envolvendo pequenos volumes foram registradas pelo Cepea nas últimas semanas do mês, até porque agentes priorizaram o uso do algodão em estoque e de recebimento de contratos a termo.

Do lado vendedor, somente produtores com maior necessidade estiveram flexíveis nos preços. Ressalta-se que a maioria dos cotonicultores está bem capitalizada e com grande parte da próxima safra já comprometida. No balanço do mês, o Indicador CEPEA/ESALQ recuou 4,95%, fechando a R$ 4,8088 no dia 31. A queda na paridade de exportação também influenciou a retração dos preços ao longo de março. A média mensal do Indicador, no entanto, esteve em R$ 5,0055/lp, 4,51% maior que a de fevereiro, expressivos 71,52% superior à de março/20 e um recorde, em termos nominais. Já quando os valores são corrigidos pelo IGP-DI de fevereiro/21, a média de março ficou 34,15% acima da de março/20.

CONAB – Em relatório divulgado no dia 11, a Companhia Nacional de Abastecimento indicou que a área de algodão na safra 2020/21 deve somar 1,42 milhão de hectares, queda de 14,5% sobre a de 2019/20. A produtividade foi estimada em 1.761 kg/ha de algodão em pluma, 2,3% menor que a da safra anterior. Como resultado, a produção deve ser de 2,51 milhões de toneladas, retração de 16,4% frente à safra 2019/20. A Conab estima que a disponibilidade interna fique em 4,28 milhões de toneladas, ao se acrescentar o estoque inicial à estimativa de produção. Deste total, em 2021, o consumo interno deve absorver 700 mil toneladas, e as exportações poderão somar 2,08 milhões de toneladas. Assim, o estoque final em dezembro/21 poderá ser de 1,5 milhão de toneladas, abaixo apenas dos 1,76 milhão registrados em dezembro/20.

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EXPORTAÇÃO – As exportações seguiram aquecidas. Segundo dados da Secex, em março, o Brasil embarcou 221,95 mil toneladas, 58,2% superior ao total escoado em março/20 e o maior volume para um mês de março, considerando-se a série da Secex, iniciada em 1996. Em março, ainda de acordo com a Secex, o faturamento ficou em US$ 370,75 milhões, enquanto o preço médio de exportação, em dólar, esteve em US$ 0,7577/lp, 4,2% maior que o de fevereiro/21 (US$ 0,7274/lp) e 5,5% acima do de um ano atrás (US$ 0,7185/lp). Em moeda nacional, a média esteve em R$ 4,2749/lp (considerando-se o dólar médio de R$ 5,6419), elevações de 8,4% sobre o mês anterior e de expressivos 21,5% frente a março/20 (R$ 3,5184/lp). Esse preço esteve 16% inferior ao verificado no spot nacional (Indicador).

MERCADO INTERNACIONAL – O dólar avançou 0,77% em março, a R$ 5,624 no dia 31. Já a paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) recuou 11% entre 26 de fevereiro e 31 de março, indo para R$ 4,2691/lp (US$ 0,7591/lp) no porto de Santos (SP) e R$ 4,2796/lp (US$ 0,7609/lp) no de Paranaguá (PR). O Índice Cotlook A (referente à pluma posta no Extremo Oriente) caiu 11,5% em março, a US$ 0,8720/lp no último dia do mês. Ainda, a média do Indicador, à vista, de US$ 0,8869/lp de março/21, ficou 3,4% menor que a do Índice Cotlook A (US$ 0,9179/lp), mas 4,6% superior à do primeiro vencimento. Além disso, o Indicador em Reais ficou em média, 10,7% acima da paridade de exportação em março/21. Quanto aos contratos na Bolsa de Nova York (ICE Futures), o vencimento Maio/21 fechou a US$ 0,8088/lp no dia 31, baixa de 8,95% no acumulado do mês (entre 26 de fevereiro e 31 de março). O vencimento Jul/21 recuou 8,4% no mês, indo para US$ 0,8217/lp no dia 31, Out/21 fechou a US$ 0,8070/lp (-5,26%) e Dez/21, a US$ 0,8010/lp (-5,02%).

CAROÇO DE ALGODÃO – Os preços do caroço seguiram em alta em março, sustentados pela oferta restrita da safra 2019/20. Vendedores se mantiveram firmes em suas posições no spot, e, com isso, compradores com necessidade imediata precisaram ceder para conseguir adquirir novos lotes. Já outros demandantes aguardaram a entrada da próxima safra. Informações captadas pelo Cepea mostram que o preço médio do caroço no mercado spot em março/21 em Barreiras (BA) foi de R$ 1.705,00/t, 2,8% maior que o do mês anterior e avanço de expressivos 85,7% em relação a março/20 (R$ 918,06), em termos reais – as médias mensais foram deflacionadas pelo IGP-DI de fevereiro/21. Em Lucas do Rio Verde (MT), a média de março foi de R$ 1.592,86/t, aumento de 11% frente à de fevereiro/21 e expressivamente maior que há um ano (+120,3%), quando esteve em R$ 723,17/t, também em termos reais. Em Primavera do Leste (MT), houve alta 7,7% no mês e de significativos 110,3% no ano, a R$ 1.628,00/t em março/21, contra R$ 774,27/t em mar/20. No mesmo período, em Campo Novo do Parecis (MT), a média subiu 11,8% frente ao mês anterior e aumentou 131,6% em um ano, indo para R$ 1.563,26/t.

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