Americanas (AMER3), Magalu (MGLU3) e Via (VIIA3): Retomada ou Voo de Galinha?

 | 18.07.2022 11:50

Após praticamente um ano sofrendo com duras quedas, as ações de grandes varejistas brasileiras, como Magalu (BVMF:MGLU3), Via (BVMF:VIIA3) e Americanas (BVMF:AMER3), começaram a apresentar seguidas movimentações positivas – tendo subindo, em média, cerca de +40 por cento nas últimas duas semanas.

Mas o que a maioria dos investidores está se perguntando é: “finalmente chegou o momento da virada de chave e a hora de comprar as ações dessas empresas?”

A pergunta tende a se dirigir, principalmente, ao Magalu, um dos maiores cases de sucesso da nossa bolsa de valores nos últimos anos (para não falar da história), tendo se tornado um dos queridinhos do investidor pessoa física. Porém, assim como as ações da companhia de Luiza Trajano, os papéis das outras grandes varejistas brasileiras também estão sofrendo bastante, e os investidores estão ansiosos aguardando uma possível oportunidade.

Mas antes de analisarmos essas empresas para identificarmos se realmente existe essa possibilidade, devemos entender o que está por trás das grandes quedas de suas ações e o que pode vir por aí.

Trouxe, aqui, alguns motivos que explicam o movimento que estamos vendo nos últimos meses para as ações das varejistas.

h2 Cenário macro desafiador/h2

Quando falamos sobre o varejo, o principal ponto que devemos levar em consideração para identificar uma boa oportunidade é o cenário atual e como os fundamentos das empresas desse setor estão ligados a ele.

É de amplo conhecimento da maioria dos investidores que não estamos em um cenário macro favorável para grande parte das empresas na bolsa de valores, com uma pressão inflacionária que custa a cessar e altas do juros que impactam diretamente o ímpeto ao consumo por parte da população brasileira. E qual é o grande medo do momento? A recessão.

Com tudo isso, torna-se cada vez mais difícil para as companhias repassarem os preços nas vendas de produtos ou serviços e, consequentemente, manter as margens neste cenário turbulento.

Vale ressaltar que, além dos impactos diretos de curto prazo nos fundamentos das varejistas, também é possível ver como o aumento da taxa de juros impacta as ações dessas empresas, tendo em vista que muitas delas possuem uma grande parcela de seus valores nos lucros que darão no futuro. Com o aumento dos juros, existe uma elevação da taxa de desconto dos modelos de valuation dos analistas, o que reduz os “preços justos” das companhias analisadas – impactando negativamente nas oscilações diárias de suas ações.

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Voltando para o cenário, ainda existe um combo de incertezas relacionadas às eleições de 2022 + uma situação fiscal frágil, o que está afastando a confiança dos investidores em investir em renda variável neste momento, em especial em empresas de setores como o varejo.

h2 Concorrência cada vez mais forte/h2

Além do cenário, outro ponto também vem tirando cada vez mais o sono das empresas do varejo: a concorrência.

Não é de hoje que as varejistas brasileiras precisam lidar com concorrentes internos e, principalmente, externos, como Mercado Livre (NASDAQ:MELI) (BVMF:MELI34) e Amazon (NASDAQ:AMZN) (BVMF:AMZO34). Porém, ultimamente, o maior risco concorrencial está vindo do outro lado do globo, com companhias asiáticas ganhando cada vez mais espaço no Brasil.

Esse fenômeno não é tão difícil de ser explicado, ao passo que empresas como Shopee, AliExpress e Shein oferecem produtos por preços bem inferiores aos praticados pelas varejistas nacionais, aproveitando-se de uma mão de obra mais barata e um menor rigor por qualidade neste cenário de pressão ao consumo interno.

Ainda que empresas como o Magalu estejam avançando em seus canais digitais e em suas estratégias de omnicanalidade, os números mostram uma preferência cada vez maior por aplicativos de companhias internacionais.  A Shopee, por exemplo, teve 7x mais acessos em seu app em relação ao do Magalu no mês de maio e já possui seis centros de distribuição para sustentar a sua logística no país.