Análise de Ações é Uma Perda de Tempo?

 | 14.07.2021 05:10

Investir no mercado de ações é tentador. Essa modalidade de investimentos sempre foi a mais idealizada: muitas telas, gráficos, análise de ações e dinheiro.

Mais tentador ainda é a ideia de encontrar uma carteira que possa vencer o mercado“. Imagine se você encontra a “nova Magalu" (SA:MGLU3) ou a “nova Apple” Apple (NASDAQ:AAPL) (SA:AAPL34), tornando-se um investidor rico e reconhecido?

Por essas e outras questões que não surpreende o fato de encontrarmos facilmente narrativas de dinheiro fácil no mercado de ações: supostas estratégias invencíveis e métodos infalíveis de escolha das melhores ações.

Isso ocorre porque o mundo dos investimentos mexe diversos vieses cognitivos que fazem parte do ser humano, e que são estudados detalhadamente no campo das Finanças Comportamentais.

A principal delas é o Viés do Excesso de Confiança. Afinal, o que faz o pequeno investidor pensar que ele pode superar facilmente a média de retornos do mercado? Ou seja, os resultados são superestimados e os riscos subestimados.

Muitos investidores passam horas e horas buscando fazendo análise de ações, essas joias escondidas, que podem te fazer bater o índice de mercado. Mas será que todo esse esforço vale a pena? A chamada filosofia do Stock Picking (ato de escolher as melhores ações, dentre centenas) de fato traz retornos maiores do que a média do mercado no longo prazo?

Compensa investir tempo e estudo para supostamente encontrar as melhores ações do mercado ou é melhor simplesmente comprar um fundo atrelado ao índice e garantir um retorno dentro da média?

Muitos acreditam que não vale. Essa talvez seja uma das discussões mais polêmicas do mercado de ações, e muitos acreditam que, no longo prazo, faz muito mais sentido “comprar índice” do que tentar superá-lo. Hoje trarei para você, leitor, a visão daqueles que não acreditam fazer sentido ficar escolhendo ações.

h2 OS MERCADOS SÃO MESMO EFICIENTES?/h2

A linha de investidores que prega não fazer sentido perder tempo garimpando ações acredita que os mercados são eficientes. Acreditar nisso significa que os preços dos ativos refletem todas as informações disponíveis no mercado.

Logo, as oscilações das ações são meras aleatoriedades, e seus preços sempre irão refletir o valor justo no longo prazo. Essa premissa foi abordada pela primeira vez pela economista da Universidade de Chicago, Eugene Fama, em 1965, e o levou ao prêmio Nobel de Economia em 2013, através da Hipótese dos Mercados Eficientes (HME). Em sua pesquisa, Fama afirma também que existem 3 níveis de eficiência dos mercados: a forte, a semi-forte e a fraca.