Análise de Resultados: Unidas, Vulcabras e Sanepar

 | 09.05.2019 15:42

Unidas

Unidas (SA:LCAM3) veio com belos resultados acima do esperado para o 1T19, mesmo que com uma ajudinha de uma mudança contábil.

É interessante que as 3 grandes do setor de aluguel de carros, Localiza (SA:RENT3), Movida (SA:MOVI3) e Unidas (LCAM3 (SA:LCAM3)) tiveram crescimentos de receita bastante parecidos. Apesar de que LCAM e Movida tiveram expansão de lucros muito maiores que RENT.

Mas a expansão de Ebitda de Unidas foi menor. Unidas reportou receita líquida +34 por cento, Ebitda +13 por cento e lucros +55 por cento.

Destaque para o crescimento de volume de aluguel de carros em +61 por cento e +8 por cento em frotas. Como suas competidoras, LCAM perdeu um pouco de margem nos seminovos, mas manteve margem bruta saudável.

Como sempre, o gráfico mais importante da bolsa:

Fonte: Locamerica

Acima temos o quanto custa o capital (empréstimos, cinza) para a Unidas, contra quanto a companhia consegue gerar de valor (azul) - quanto maior a diferença entre os dois, maiores os lucros. E LCAM ainda tem um longo caminho para igualar seu custo de capital às competidoras (oportunidade de expansão de lucros).

Aqui é tudo muito simples: as 3 maiores roubam o lanche das pequenas e vão ganhando participação de mercado. E, para isso, nem precisam reduzir seus preços (margens).

Esperamos que a dinâmica continue, mas os preços de LCAM ainda não refletem seu futuro brilhante - sobem míseros 13 por cento em 2019 e negociam a 9x Ebitda e 23x lucros. Pudera, LCAM continua, firme e forte, a melhor ação para 2019 do Investidor de Valor.

Vulcabras

Se temos enorme confiança em Unidas (LCAM3), em Vulcabras (SA:VULC3), a confiança é menor - e a preocupação atingiu o pico após o fiasco de Grendene (SA:GRND3).

VULC veio com resultados ruins, mas um pouco melhores que o esperado. Volume vendido +6 por cento, receita líquida +3 por cento, mas Ebitda -5 por cento e lucros -22 por cento.

A companhia continua culpando o cenário, o que é péssimo, mas já arcou com as despesas da compra da Under Armour (NYSE:UAA) que começará a ajudar nos resultados a partir do 2T19, o que é ótimo.

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VULC continua sob pressão de seus concorrentes gringos que vendem seus estoques com desconto dentro de nossas fronteiras. O ponto é: mesmo em um mercado bastante ruim, a companhia possui ótima rentabilidade (ROIC de 16 por cento), caixa líquido (sem dívidas) e um enorme potencial com a produção dos tênis UA no Brasil.

O mercado se desespera com as expectativas de PIBinho em queda livre e VULC cai -12 por cento em 2019 e negocia a 7x Ebitda e 11x lucros. Mas VULC é ótima em um cenário ruim, imagine o estrago que pode fazer com PIBão. O Investidor de Valor compra VULC.

Sanepar

Vou ser bem sincero com você. Toda minha estratégia de investimentos é comparativa. Comparo todos os negócios que vejo na bolsa (e fora dela) e determino qual seria o mais interessante.

Sempre ponderando pelo preço. Ah, sim, o preço é o mais importante ao investir.

Afinal, comprar coisa boa e cara é a coisa mais fácil do mundo. Por exemplo, poderíamos comprar as FAANG (Facebook, Apple (NASDAQ:AAPL), Amazon (NASDAQ:AMZN), Netflix (NASDAQ:NFLX) e Google (NASDAQ:GOOGL)) e sermos felizes para sempre.

Mas, se nem o maior investidor do mundo (que as acompanha de perto há décadas) as compra aos preços atuais, não seria um pouco arriscado demais colocar nosso rico dinheirinho ali?

Preço, preço e preço. Preço baixo é o maior amigo do investidor. E temos isso de forma clara e direta com Sanepar (SA:SAPR11), que negocia a 6x Ebitda e 8x lucros e não deixa de nos surpreender.

No 1T19, receita líquida subiu +10 por cento, Ebitda +11 por cento e lucros (maravilhosos lucros) +16 por cento.

Tudo isso resultado da ampliação do serviço de água e esgoto e da revisão tarifária de 5,1 por cento em maio de 2018. E, lembrando que a companhia foi premiada com mais 12 por cento de reajuste a constar a partir de maio de 2019 somado ao diferimento do reajuste anterior (2,1 por cento mais CDI ~6,5 por cento).

O grande ponto positivo foi a expansão das margens, mesmo com forte crescimento de custos de energia e materiais - custos e despesas subiram 11 por cento.

É o despertar de um novo mundo para as estatais (as estatais). Baratas, em forte crescimento e com potencial enorme. Após serem usadas como instrumentos de populistas, um pouco de gestão vem fazendo maravilhas em seus negócios. O Investidor de Valor já entendeu o recado.

Acompanhe muito mais no Twitter: @BruceBarbosa88, no FB: BruceBarbosaOficial e LinkedIn: BruceBarbosaOficial

Publicação Original

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