Expectativa de Retorno da Chuvas Pressiona Cotação do Café

 | 16.10.2017 16:15

ARÁBICA

Apesar do clima preocupante em setembro, devido ao longo período de seca, a expectativa de retorno das chuvas para o encerramento do mês acabou pressionado as cotações externas e internas do café arábica. O Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6 bebida dura para melhor teve média de R$ 453,46/saca de 60 kg em setembro, recuo de 1,2% frente à média de agosto. O clima seco na maior parte do período manteve agentes afastados do mercado, travando as negociações. No comparativo com setembro/16, as cotações recuaram fortes 9,8%. Na Bolsa de NY (ICE Futures), os contratos se desvalorizaram 1,6%, em média. Já o valor do dólar caiu 0,6% em setembro, com média de R$ 3,130 no mês.

Mesmo com a finalização da colheita, as primeiras flores de arábica já podiam ser observadas no início de setembro. As chuvas de agosto foram suficientes para a indução de uma florada precoce nas praças paulistas de Garça e Mogiana, no Noroeste do Paraná e em algumas áreas do Sul de Minas. No Noroeste do Paraná e em Garça, floradas significativas foram observadas, chegando a 50% do potencial das regiões. Na Mogiana, a abertura das flores foi menos significativa, mas ainda representou entre 10% e 20% dos cafezais. Já no Sul de Minas, a florada foi muito pequena, ocorrendo apenas nos cafezais onde as precipitações em agostos foram mais representativas. Já em meados de setembro, a estiagem passou a preocupar produtores. Apesar de possibilitar a finalização da colheita, o clima seco acabou causado o murchamento das plantas em meados de setembro, além do desfolhamento em algumas localidades, principalmente nas lavouras de SP e do Sul de Minas que já tinham apresentado uma primeira florada, preocupando agentes quanto ao potencial produtivo dessas lavouras. Na última semana do mês, as chuvas retornaram às regiões produtoras brasileiras. A volta das precipitações foi essencial para a redução do estresse hídrico das plantas, auxiliando nas condições das lavouras e favorecendo a produção da safra 2018/19. Além de aliviarem um pouco os cafezais, as chuvas observadas nessas regiões podem ter sido suficientes para induzir a florada no restante das lavouras, em especial no Sul de Minas, o maior produtor da variedade. Assim, a continuidade das chuvas nos próximos meses será essencial para o pegamento das flores e o desenvolvimento da temporada 2018/19, sendo que um novo período de estiagem poderia prejudicar a próxima safra.

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