Apesar de Queda em 2018, Comunidade Holda Bitcoin com Unhas e Dentes

 | 07.01.2019 11:05

2018 foi um ano terrível para o Bitcoin: desde o frenesi de dezembro de 2017, quando chegamos a uma cotação de cerca de 20 mil dólares, o Bitcoin sofreu uma queda de cerca de 80% de seu valor, chegando a custar 3.200 dólares neste fim de ano. Nesse cenário de carnificina seria de se esperar que investidores que compraram próximo à alta histórica vendessem e nunca mais retornassem ao mercado.

Vi isso acontecer na bolsa mais vezes do que conseguiria contar: pessoas que investem em ações pela primeira vez e logo experimentam uma queda abrupta rapidamente se desfazem de suas posições, sem nunca mais pensarem em se arriscar na renda variável. Para o investidor de primeira viagem, o ideal é sempre o cenário de uma leve alta: valorizações exponenciais podem levar a excesso de confiança, enquanto que quedas podem causar traumas irrecuperáveis.

Uma queda de 80% deveria afugentar os investidores iniciantes do Bitcoin, porém isso não aconteceu. Uma exchange não sofreu um aumento de saques com a queda na cotação, pelo contrário: em 2018 quadruplicamos o número de ativos em gestão e quadruplicamos nosso número de clientes. É claro, temos uma proposta de valor diferenciada e tivemos um bom ano: através de arbitragem automatizada rentabilizamos os bitcoins de nossos clientes mesmo em períodos de queda, entregando rendimentos superiores a 60% somente em 2018. Portanto, é possível que nossa situação não seja representativa do mercado.

Entretanto, o aumento em número de clientes não é exclusividade nossa: assim como a Coinbase (NASDAQ:COIN), a Binance deve ter um faturamento superior a um bilhão de dólares no ano e também viu seu número de clientes crescer exponencialmente ao longo de 2018. Não parece absurdo acreditar que a tendência tenha se replicado no resto do mercado.

Naturalmente, muitas empresas sofreram cortes: o Mercado Bitcoin demitiu 20 funcionários e a ConsenSys, uma das maiores desenvolvedoras do Ethereum, anunciou que demitirá até 60% dos seus funcionários. Isso é previsível: por mais que todas as empresas do mercado acreditem no futuro das criptos, as contas precisam ser pagas em fiat e, com a queda da cotação, é natural que a operação seja prejudicada. Porém se tratando de volume e número de clientes, o mercado vai muito bem, obrigado.

Não se trata somente de referência anedótica: em um estudo da movimentação de UTXOs (unspent transaction outputs, isso é, saldos não gastos das carteiras) realizado pela Unchained Capital, podemos ver através do gráfico interativo que quem comprou próximo da alta histórica não realizou a venda, gradativamente progredindo para as bandas mais antigas:

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