Arroz: Movimento do Indicador do Arroz em Casca Teve Alta em Março

 | 18.04.2022 13:20

Historicamente, os preços do arroz em casca apresentam movimento de baixa no primeiro trimestre do ano, devido ao período de colheita nas principais regiões produtoras do Mercosul. No entanto, no início de 2022, o movimento do Indicador do arroz em casca CEPEA/IRGA-RS foi o oposto. A média do Indicador CEPEA/IRGA-RS (58% de grãos inteiros e pagamento à vista) saltou de R$ 62,47/sc de 50 kg em dezembro/21 para R$ 75,71/sc em março/22, em termos nominais, com forte aumento de 21,2% no período. Desde o início da série de preços do arroz do Cepea, em 2005, este movimento de alta nos primeiros trimestres de cada ano só havia sido observado em 2012 e 2020 – a alta em 2022 é a maior da série para o período considerado. Mesmo que no spot as negociações tenham sido pontuais, resultando em pequenas oscilações de preços, a elevação no mês é resultado da demanda acima da oferta e de reajustes positivos nos valores, devido à necessidade de reposição de estoques em determinados períodos. Do lado vendedor, produtores mantiveram sua postura cautelosa e seguiram limitando os lotes para venda.

Especificamente no final de março, as disparidades de preço e de qualidade dos lotes limitaram os fechamentos entre os agentes ativos e também resultaram em pequenas oscilações nas médias. Além disso, parte das unidades de beneficiamento do RS demonstrou preferência em adquirir o cereal verde em detrimento do seco – em alguns casos, há falta de espaço físico para receber o produto que já tem rendimento definido. Em março, o Indicador CEPEA/IRGA-RS, 58% grãos inteiros, fechou com média de R$ 75,71/saca de 50 kg, aumento de 7,21% (ou 5,09 Reais/sc de 50 kg) em relação à média de fevereiro/22. Em relação aos preços médios de março, regionalmente, houve expressiva alta de 9,06% em relação a fevereiro na Depressão Central (com média de R$ 73,25/sc no dia 31). Na Planície Costeira Externa, a elevação foi de 8,41%, a R$ 78,21/sc. Na Zona Sul, a alta foi de 7,59%, a R$ 76,29/sc, e, na Planície Costeira Interna, de 7,47%, a R$ 76,53/sc. Na Campanha, o aumento foi de 6,97%, a R$ 72,54/sc, e, na Fronteira Oeste, de 5,75%, a R$ 76,63. Quanto aos demais rendimentos, no acumulado de março, o preço médio do produto de 50% a 57% de grãos inteiros avançou 7,26% entre fev/22 e mar/22, fechando em R$ 73,97/sc no mês passado. Para o cereal de 59% a 62% de inteiros, o aumento foi de 6,88%, a R$ 76,75/sc, no mesmo comparativo. Para os grãos de 63% e 65% de inteiros, houve alta de 6,34% no mesmo período, a R$ 77,58/sc.

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CAMPO – Informações do Irga apontam que a colheita da safra 2021/22 alcançou 58,86% da área no Rio Grande do Sul – dados até o dia 1° de abril. Dentre as seis microrregiões produtoras, a Fronteira Oeste está com 71,59% da área colhida, seguida pela Planície Costeira Externa (66,33%), Campanha (58,87%), Zona Sul (49,92%), Depressão Central (49,10%) e Planície Costeira Interna (46,40%). Nos demais estados produtores nacionais, a Conab aponta que a colheita esteve em 97% em Goiás, 40% no Tocantins, 18,5% em Mato Grosso e em 1% no Maranhão – dados até o dia 26 de março. Especificamente em Santa Catarina, dados da Epagri/Cepa apontam que, até o final de fevereiro, 63,9% das lavouras de arroz já haviam sido colhidas.