Ata do Fed Sinaliza Maior Agressividade

 | 06.01.2022 08:49

Uma ata do Fed mais agressiva (super-hawkish) acabou por ser o evento norteador dos mercados nesta quarta-feira, todos em forte queda. 

Pela ata, ficou-se sabendo que teremos uma aceleração no ritmo da redução dos estímulos e um antecipar do ciclo de juros, já em março. Isso se justificaria por um olhar na projeção de inflação, mais elevada, excedendo a meta para este ano (2,0%). 

Pela pesquisa do CME Group, mais de 70% de players de mercado acham que o ciclo de juros deve realmente acontecer em março; cerca de 67,5% acreditam numa elevação de 0,25 ponto básico, e mais outras duas ao longo do ano; para a reunião do FOMC, dia 26 de janeiro, o consenso é pela manutenção da taxa de juros. 

Em suma, o cenário está dado, num ajuste monetário mais forte na maior potência capitalista do globo e um grande ajuste na liquidez global. Teremos dança das moedas, com o dólar se fortalecendo, e o resto dos emergentes se moldando à sua valorização, em quedas diferenciadas, dependendo da situação das suas economias. 

No dia, os mercados globais operaram “realizando” e os futuros de juros de médio e longo prazo ampliando alta. Os treasuries de 10 anos fecharam a 1,71%, maior desde abril do ano passado; o Ibovespa caindo mais de 2,4%, a 100.983 pontos, em NY o Dow Jones recuando mais de 0,5%, S&P500 1,9% e a Nasdaq -3,1%. O dólar operou acima de R$ 5,70 e o barril de petróleo Brent, para março, subindo 1%, a US$ 80,80 e o WTI, para fevereiro, avançando 1,1%, a US$ 77,85.    

Na agenda desta quinta-feira, no Brasil, perspectiva é de que a produção industrial vire para positiva em novembro e o IGP-DI de dezembro acelere.