Ata do FOMC e Mundo em Retomada Não Linear

 | 13.10.2021 09:06

Dia de ata do Fomc, devendo confirmar o processo de tapering, a se iniciar agora em novembro. Nossa leitura é de que a inflação se encontra em patamar “persistente”, não mais “transitória”, como previsto por Jerome Powell, o que deve demandar esta decisão. Por outro lado, no mercado de trabalho há “lacunas a serem preenchidas”. Achamos que a elevação da taxa de juros de curto prazo, Fed Funds, deve ficar para meados do ano que vem.

A retomada da economia global, pós-pandemia, não acontece de forma linear, mas cheia de obstáculos no meio do caminho. Podem-se citar as ameaças da nova cepa Delta, falta de insumos nas várias cadeias produtivas globais interrelacionadas, tensões políticas, como o limite de endividamento nos EUA e relação deste com a China, fornecimento de gás da Rússia à Europa, alta dos custos de energia, etc.

Isso se reflete nas projeções econômicas, em revisão para menos. O FMI, por exemplo, no seu encontro de primavera, anunciou que as projeções para a expansão global indicam desaceleração, neste ano de 6,0% para 5,9%.

  1. No Brasil, Paulo Guedes, em Washington para o encontro do FMI e do Banco Mundial. Para ele, os ruídos políticos atrapalham a economia e os mercados. Ruídos estes com origem no Planalto e as desastradas e belicosas intervenções do presidente. Disse que o crescimento já parece dado, mas preocupa inflação. Disse também que o Brasil está bem preparado, talvez entre os emergentes, o melhor, para absorver este processo de transição de tapering entre os países desenvolvidos.

  2. Na agenda, para a quinta-feira o resultado do Volume de Serviços de agosto, em alta de 14,0% na comparação anual, destoando dos dados do Varejo e Indústria. Este movimento positivo deve ser impulsionado pelo avanço da vacinação e pela retomada da mobilidade social que, consequentemente, têm influenciado a retomada dos Serviços Prestados às Famílias, subgrupo mais afetado pela pandemia.

Na 6ªF, a consolidação dos indicadores de atividade será evidenciada pelo IBC-Br de agosto, com de recuo de -0,1%. Em relação ao coronavírus , superamos a marca de 21,5 milhões de casos e mais de 601 mil óbitos.

Segundo o consórcio de imprensa, a média móvel de mortes pela Covid-19 nos últimos 7 dias foi de 437, queda de 17% em comparação aos dados de 14 dias atrás, atingindo o menor nível desde novembro de 2020. Seis estados apresentaram alta nos óbitos: AM, SE, RO, PB, CE e PI. A média móvel de novos casos nos últimos 7 dias foi de 15.458 por dia, uma variação de -17% em relação aos casos registrados duas semanas atrás. Em relação às vacinas, atingimos a marca de 73,4% da população com algum grau de imunização.

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No cenário político, o presidente da Câmara, Arthur Lira pretende votar nesta quarta-feira o projeto de ICMS sobre combustíveis. Além disso, o relator da Medida Provisória que institui o Auxílio Brasil, deputado Marcelo Aro (PP-MG), pretende apresentar o seu parecer esta semana, com o prazo de votação até 7 de dezembro para não perder a validade. No Senado, não há votações previstas para o plenário, mas devem seguir nos bastidores negociações em torno das reformas tributárias e do Imposto de Renda. Na sexta-feira, o STF deve julgar a constitucionalidade da lei que prorrogou, até dezembro, a desoneração da folha de pagamento.

  1. Sobre o relatório do FMI, “Panorama Econômico Mundial (WEO)”, projeções para a expansão global indicam a desaceleração de 6,0% para 5,9% neste ano, em decorrência da variante Delta. Segundo a instituição, “a recuperação global continua, mas o impulso de retomada perde força com o ressurgimento da pandemia Covid-19”. Para a economia dos EUA, revisão é de 7% para 6% neste ano, e para a Alemanha, de 3,6% para 3,1%.

Para o Brasil, o FMI revisa seu crescimento de 5,3% para 5,2%, no ano que vem, passando de 1,9% para 1,5%. Na inflação, a projeção é de 7,9% neste ano, contra 4,5% na projeção anterior, e 4,0% no ano que vem. Segundo a instituição, a alta na trajetória das commodities melhora as expectativas de crescimento para os países emergentes e em desenvolvimento. Na América Latina, a previsão de crescimento é de 6,2%, com destaque para Brasil e México.