Atualização dos Melhores e Piores BDRs em 2021

 | 26.11.2021 06:20

Olá, pessoal! Devido ao enorme interesse recente e muitas mensagens nas redes sociais solicitando a planilha de BDRs referente à análise que fiz aqui na minha coluna há uns dois meses, resolvi atualizá-la. Para ter acesso à planilha completa da análise, basta me seguir no Instagram (@carlosheitorcampani) e ver como fazer nos meus stories. E, para quem é novo por aqui, lembro que minha coluna sai a cada duas semanas, sempre na sexta-feira. É espetacular tê-lo comigo aqui. Muito obrigado.

Desde meados de 2020, todos os BDRs se tornaram acessíveis aos investidores não qualificados. BDR é uma sigla para “Brazilian Depositary Receipt” e se trata de um papel lastreado em outro, que, por sua vez, é negociado em outra bolsa do mundo. Um BDR patrocinado é aquele emitido pela própria empresa emissora do papel original e que serve de lastro. Já um BDR não-patrocinado é emitido por qualquer instituição financeira. Por exemplo, há BDRs da Apple (SA:AAPL34), do Facebook (SA:FBOK34) e da Netflix (SA:NFLX34), todos eles não-patrocinados.

A imensa maioria dos BDRs negociados na B3 (SA:B3SA3) não é patrocinada. Apesar de um BDR não tornar seu detentor sócio daquela empresa e, portanto, não dar direito a voto, a CVM garante que o emissor deverá honrar pagamentos de dividendos aos seus detentores. Gosto bastante de BDRs porque eles são excelentes instrumentos de diversificação para investidores brasileiros. Além disso, BDRs representam empresas antes inacessíveis, com riscos muitas vezes bem distintos dos apresentados por empresas brasileiras negociadas na B3. E, naturalmente, são investimentos “dolarizados”, de modo que o efeito cambial provoca um hedge interessante quando a carteira é bem diversificada.

Por outro lado, uma desvantagem de muitos BDRs é a falta de liquidez atualmente. Isso quer dizer que, nesse caso, há um enorme risco de sermos obrigados a vender o papel com algum deságio se precisarmos do dinheiro rapidamente. Outra desvantagem é tributária, pois não há a isenção até o limite de R$ 20 mil em vendas totais no mês, como há com ações. Além disso, BDRs pagam impostos conforme a lei tributária do país de origem (tal como nos EUA). E quando não pagar no país de origem, o investidor precisará pagar aqui no Brasil porque esses dividendos serão tratados como rendimentos recebidos do exterior e, portanto, a tabela progressiva usual de IR pessoa física, com a alíquota máxima de 27,5%, será aplicada.

Com dados cedidos pela plataforma Quantum Finance, busquei todos os BDRs disponíveis e encontrei um fabuloso número de 810 BDRs. Lembro que há menos de dois meses esse total era de 724: nada mais, nada menos que 86 BDRs a mais no menu para o investidor! Destes, apenas seis são patrocinados: Aura Minerals (SA:AURA33), G2D Investments (SA:G2DI33), GP Investments (SA:GPIV33), PPLA Participations (SA:PPLA11), StoneCo(Stone (NASDAQ:STNE)) e XP Inc (SA:XPBR31). De lá para cá, tivemos duas mudanças importantes na lista de BDRs patrocinados. O BDR da Wilson Sons deixou de ser listado porque a empresa lançou ações aqui no Brasil, sob o ticker (SA:PORT3). E os BDRs da XP passaram a ser negociados. A tabela abaixo lista o total por país de origem e podemos perceber que a maioria esmagadora é, naturalmente, dos Estados Unidos.