Banho de Sangue do Petróleo Afeta Empresas de Kuala Lumpur a Oklahoma

 | 10.03.2020 09:31

O novo queda de 25% nos preços do petróleo na segunda-feira (9) – a maior em três décadas por causa de uma guerra de preço e produção entre os titãs da Opep + Arábia Saudita e Rússia – trouxe medo e pavor já bastante conhecidos às economias excessivamente dependentes dos hidrocarbonetos: aperto fiscal crônico, perdas orçamentárias e distúrbios financeiros.

Nova camada de incerteza: o coronavírus

Embora toda essa ansiedade tenha existido durante boa parte da última década, a diferença é que as ameaças agora são muito maiores, em razão das incertezas geradas pela epidemia de coronavírus.

“O petróleo está enfrentando a tempestade perfeita que ninguém imaginava: um racha na Opep, seguido de uma briga entre sauditas e russos por participação de mercado e isolamento de cidades na Itália e outras partes do mundo por conta do coronavírus”, afirmou John Kilduff, sócio fundador do hedge fund de energia Again Capital, de Nova York.

E, como diz o ditado popular, as coisas ainda podem piorar antes de melhorar.

Mas piorar até que ponto? Bem, o Goldman Sachs, a principal voz de Wall Street no setor de energia, está prevendo que os preços do petróleo podem cair até US$ 20 por barril. Trata-se de um nível nunca visto em 18 anos. O petróleo norte-americano cravou fundo em US$ 27,34 na segunda-feira, na esteira da nota do Goldman, enquanto o Brent atingiu a mínima de US$ 31,02. No entanto, essas foram apenas as mínimas de quatro anos, abrindo espaço para uma destruição muito maior de demanda.