BC Precisa Efetivamente Monitorar Demanda por “Hedge” do Mercado Cambial

 | 17.05.2015 13:32

Monitorar bem traduzido quer dizer acompanhar em processo dinâmico e esta foi a proposta do BC ao final de março em relação à definição da oferta de contratos de swaps cambiais para rolagem dos vincendos, podendo reduzir, rolar a totalidade ou até exceder o volume em conformidade com a sinalização do mercado.

Não houve como alardeado o fim do programa de oferta de swaps, mas sim foi alterada a sua forma de gestão que deixava de ter valores previamente comprometidos, inclusive com oferta adicional, para um programa de oferta flexível por parte do BC a partir do seu monitoramento da demanda existente no mercado.

O que temos visto na prática é mais ou menos a prática anterior, já que a autoridade monetária sinaliza que vai rolar no mês “x%” da posição vincenda, quando na realidade o que se esperava é que a rotina fosse rompida e a cada dia houvesse um montante de oferta consequente da observação feita pelo monitoramento da demanda.

O BC não deve ser previsível no quanto e quando, mas sim na garantia de que atenderá a demanda presente, ancorando a credibilidade da moeda nacional.

Não sendo assim, ao invés de conter a volatilidade acaba de certa forma estimulando-a quando mantém oferta além da demanda e a volatilidade é o maior antídoto para que a alta do preço da moeda americana se preste a estimular negócios produtivos na economia.

Há sinais inclusive que o capital especulativo esta presente no nosso mercado evitando fazer “hedge” por representar um custo elevado, mas se protege depreciando a moeda americana pontualmente toda vez que está deixando o país para garantir a transferência do lucro que poderia ser negativado se a taxa cambial fosse mantida em seu ponto de equilíbrio.

A postura de “falcão” do BC no trato da inflação deve estar presente também no câmbio, pois é manifesta a intenção do Ministro da Fazenda de que não se artificialize o preço da moeda americana como contumaz no passado recente, e, não havendo o monitoramento de forma dinâmica da demanda por “swaps cambiais” acaba ocorrendo o desequilíbrio do preço.

Utilizar-se o argumento de que o comportamento da moeda no nosso mercado acompanha o mercado externo é uma meia verdade, visto que há inúmeros fatores internos presentes muito mais intensos do que os fatores externos para fundamentar a depreciação do real e tornar o seu preço resistente aos fatores externos.

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O ajuste fiscal ao ter auferido os dados do 1º trimestre deixa evidente que está “fazendo água”, e o preço do dólar “não artificializado” ainda não contribuiu para setores vitais que mantém negócios com o exterior, pois há volatilidade em percentuais desconfortáveis. A retração das importações não pode ser creditada a alta do dólar, nos parecendo que pesa mais a desaceleração da economia.

As despesas correntes do governo seguem a trajetória anterior e as reduções alcançadas são mínimas. As derrocadas da atividade industrial e das vendas no varejo deixam evidente que ficaram em patamares distantes dos almejados. Os resultados fiscais estão frustrando as expectativas e já há ambiente para que se antevejam sérias dificuldades para a conquista do superávit fiscal de 1,2%, pois é bem provável que a economia não consiga dar as respostas esperadas às medidas de ajuste fiscal.

A inflação continua se propagando alta e o juro já atingiu patamar acima do esperado.

O Ministro Levy continua “plantando” otimismo, mas sabe que as expectativas não são tão favoráveis, por isso destaca sempre que a manutenção do grau de investimento ainda está em risco.

Tudo leva a crer que os indicadores confirmarão recessão da economia no 1º trimestre, e doravante pode ocorrer a aceleração do desemprego com efeitos diretos sobre a renda e o consumo.

O FMI realizou uma manifestação de que o Brasil está protegido de turbulências, só se esqueceu de dizer que o custo da oferta de “hedge” é expressivo para o governo que precisa atingir o superávit primário de 1,2% e que não se argumente que se ganha nas reservas cambiais o que se perde nos swaps, visto que estas foram constituídas com recursos captados no mercado elevando a DP e não com poupança e tem um custo de carregamento.

As perspectivas no setor externo são ancoradas nos ingressos de capitais especulativos, que forjados a partir de operações de “carry trade” têm margens pequenas para suportar perdas e o custo do “hedge” é expressivo, por isso vem ao Brasil mais não “esquentam cadeira”, pois há o risco da variação cambial, e estão se valendo de promover movimentos atípicos no preço do câmbio depreciando pontualmente a moeda americana no momento da saída dos recursos.

Volatilidade sistêmica e como vem ocorrendo não trará benefícios para a economia retomar dinamismo recuperando intensidade em sua atividade, e, acabará por afastar até o capital especulativo que é o que dispõe a ingressar no país.

O país tem um déficit em transações correntes da ordem de US$ 100,0 Bi, o que não é pouco, e se teimar em permitir a artificialização do câmbio verá este numero expandir-se continuamente, devendo ser considerado que nos últimos 2 ou 3 anos não tem sido possível obter financiamento total pelos ingressos externos.

Portanto, o câmbio deve estar alinhado com a nossa realidade e cabe ao BC realizar o monitoramento da efetiva necessidade de oferta de contratos de “swaps cambiais” para rolagem , não para artificializar o preço da moeda americana para mais, mas sim para evitar que seja artificializado para menos com volatilidade.

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