Bitcoin inevitavelmente será ouro digital

 | 07.10.2022 13:50

Desde que os humanos tiveram o primeiro contato com o ouro no Antigo Egito, cuja data é motivo de debate entre especialistas do tema, pessoas de todas as culturas e nacionalidades tornaram-se cada vez mais fascinadas pelo metal precioso que não corrói, não enferruja e nem é degradado pelo ar, por umidade ou por condições ácidas. Hoje, com o avançar do tempo e do desenvolvimento da tecnologia, podemos dizer que o bitcoin caminha para ser uma versão do ouro digital. E diversos argumentos sólidos sustentam a tese.

Começo a explicação do início: assim como no processo de extração do ouro, cada bitcoin depende de um alto custo para passar a existir. Ou seja, diferentemente do que muita gente imagina, bitcoins não são criados do nada, e sim demandam bastantes recursos físicos por meio de hardwares potentes que consomem energia para sua mineração.

Além disso, assim como o ouro não é uma commodity infinita, com dados de janeiro de 2022 estimando que sua quantidade total já extraída no planeta é de 205.238 toneladas, de acordo com o World Gold Council, o bitcoin também é limitado. Enquanto o ouro físico disponível já foi mais de 80% minerado, nosso ouro digital já se encontra na casa de pouco mais de 91% do total de 21 milhões de unidades.

Na verdade, não há necessariamente um limite de quanto ouro pode ser descoberto e minerado, e no fundo estas métricas são apenas estimativas. O que vemos na prática é que essas grandes descobertas de depósitos de ouro podem levar à inflação e desbalanços monetários, diferentemente do bitcoin que garante previsibilidade de sua quantia máxima, o que possibilita prevermos, também, quando teremos a mineração da última unidade.

No caso do bitcoin, por sinal, o aspecto da escassez se torna ainda mais forte com o passar do tempo, tendo em vista que o processo de “halving” corta as recompensas dos mineradores pela metade aproximadamente a cada 4 anos, além de a dificuldade de mineração alcançar constantemente novas máximas, demandando equipamentos mais especializados e tornando exponencialmente mais difícil produzir estes bitcoins.

Quando olhamos para trás, mais de um século antes do lançamento do bitcoin em 2009, o preço do ouro era de US$ 523,15 a onça em abril de 1915. Cem anos depois, enquanto o ouro era negociado a US$ 813 a onça, o bitcoin foi introduzido no mercado a preço 0 e, de lá para cá, alcançou ganhos exponenciais, chegando a valer quase US$ 70.000 ao final do ano passado. Enquanto isso, o ouro vale atualmente US$ 1.729. No último mês, por sinal, o bitcoin performou melhor não somente do que o ouro, mas também em relação às ações norte-americanas.

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Curiosamente, ou não, em pleno cenário de adversidade macroeconômica, a correlação entre bitcoin e ouro voltou a atingir nova máxima dentro de um ano, reforçando a narrativa do ouro digital e aquecendo o debate.