Bitcoin: Mineradoras podem pressionar o preço após falência da Core Scientific?

 | 22.12.2022 13:43

No começo do mês, escrevemos um artigo analisando o momento que vivia o setor de mineração dado o fato de que o bitcoin vinha sendo, e continua, negociado insistentemente abaixo da linha de seu custo de produção quando avaliado somente os custos com eletricidade! Em síntese, os players do setor sentiam a pressão inerente ao mercado de baixa, com o preço médio de eletricidade industrial nos EUA subindo e impactando em 50% suas margens brutas. Nem mesmo equipamentos tidos como entre os mais avançados operavam em lucro.

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Esse cenário se apertou ainda mais com a falência da FTX e a consequente decretação de falência da BlockFi, que havia emprestado fundos para mineradoras com taxas de juros acima dos 10%. Com a dificuldade de diversos players de mineração em cumprir com suas obrigações, passaram a devolver centenas de milhares de máquinas que serviram como colateral a diversos credores.

Ontem, dia 21 de dezembro, a Core Scientific Inc (NASDAQ:CORZ), uma das maiores da indústria de mineração do mundo e que já havia anunciado anteriormente que seu Conselho tinha optado por não fazer pagamentos com vencimento no final de outubro e início de novembro, entra oficialmente com pedido de proteção contra falência baseado no capítulo 11.

De acordo com documentos judiciais, a mineradora tem passivos que totalizam entre US$ 1 bilhão e US$ 10 bilhões, possuindo entre 1 mil e 5 mil credores cujo maior deles é a B. Riley Financial, que tem US$ 42,36 milhões a receber. Outros credores incluem a Dalton Utilities, Kentucky Department of Revenue e US Customs and Border Patrol.

Diferentemente das ações de outras mineradoras, que já caíram mais de 80% este ano, como a Riot Blockchain Inc (NASDAQ:RIOT), Marathon Digital (NASDAQ:MARA) e Hut 8 Mining Corp (NASDAQ:HUT), as ações da Core Scientific valorizaram 3% no fechamento do pregão de ontem. Na verdade, suas ações subiram mais de 200% na semana passada com a notícia de que a supracitada B. Riley Financial propôs um plano de financiamento de US$ 72 milhões, onde US$ 40 milhões seriam disponibilizados de imediato e o restante seria liberado assim que o BTC atingisse US$ 18.500.