Bitcoin? Não Recomendo para Ninguém

 | 02.01.2017 15:15

O que todo mundo quer ouvir

Quem teve a ideia de cortar o tempo em fatias,
a que se deu o nome de ano,
foi um indivíduo genial.

Nem preciso continuar: você já recebeu essa mensagem duzentas vezes — e, em duzentas e uma, a autoria era equivocadamente atribuída ao Drummond. É um verdadeiro hit desde muito antes da invenção dos PowerPoints com trilha sonora da Enya e fotos de fadas, anjos e bebês fofinhos.

Sabe por quê? Porque todo mundo quer ouvir precisamente isto. A despeito de qualquer evidência em contrário que se apresente, todos querem — e agora sim é do mais nobre filho de Itabira — acreditar parvamente que, por decreto de esperança, a partir de janeiro as coisas mudam.

Hoje é um novo dia de um novo tempo que começou? Não é não: que bom que esta bolinha azul conseguiu dar mais uma volta em torno da bola de fogo (em meio a um calor de lascar, diga-se de passagem) sem topar com um asteróide que desse fim à nossa jornada… mas esse feito, por si só, não tem o condão de eliminar as causas de otimismo e preocupação que nos acompanhavam até semana passada.

Que seja pela frente

Europa segue em meio a estímulos monetários do Banco Central Europeu e preocupações em torno dos bancos italianos — já há quem, com base nos requerimentos de capital apontados pelo regulador para o Monte dei Paschi, esteja rodando cenários de estresse com números de outros bancos e ficando preocupado. Logo mais, eleições importantes por lá podem mudar o mapa político da região.

Do outro lado do Atlântico, Trump toma posse em breve — para desespero dos trumpólogos de última hora, que terão sua capacidade preditiva (novamente) testada.

China entra 2017 com esforços redobrados na contenção de excessos nos mercados financeiros, em coexistência com estímulos à atividade econômica e renminbi sob pressão (sobre isso, tem mais no M5M PRO).

Por aqui, desafios incluem reforma da previdência, Temer no TSE e a tão esperada retomada da atividade econômica. E logo começaremos a pensar também em 2018.

Como se não bastasse, o Cebolinha aproveitou seu discurso de ano novo para avisar que ganhou de Natal um míssil intercontinental novinho.