Boeing: o Pior da Crise com o 737 Max Ainda Não Passou

 | 21.10.2019 11:27

  • Resultados do 3T2018 serão divulgados na quarta-feira, 23 de outubro, antes da abertura do mercado;
  • Expectativa de receita: US$ 19,56 bilhões;
  • Expectativa de lucro por ação: US$ 2,08.
  • Para a Boeing (NYSE:BA ), maior fabricante de aeronaves do mundo, o pior está longe de acabar. Uma avalanche de notícias negativas sobre a forma como a companhia está lidando com a falha do sistema do 737 Max está deixando a relevância dos seus resultados de lado e mantendo os investidores apreensivos, à medida que as investigações internacionais continuam.

    No momento em que os investidores esperavam ver uma retomada dos voos do 737 Max após o modelo ser proibido de operar em todo o mundo desde 13 de março, o processo repentinamente ganhou complexidade depois que o Wall Street Journal revelou, na semana passada, que um piloto sênior da Boeing já tinha demonstrado preocupação com o sistema de controle de voo do 737 Max há três anos, mas a companhia só alertou as autoridades federais em 2019.

    A aeronave de fuselagem estreita era a maior aposta da gigante aeroespacial em uma batalha acirrada com seus concorrentes, mas sua jornada foi estrondosamente interrompida neste ano, depois de dois acidentes fatais envolvendo a aeronave em um espaço de tempo de apenas cinco meses.

    Enquanto o Max continuar proibido de voar, será difícil saber a extensão do dano para a reputação da companhia e sua perspectiva financeira. Há muitas questões em jogo tanto para a Boeing quanto para a economia dos EUA.

    O 737, que iniciou suas operações no final da década de 1960, é o modelo mais vendido da indústria da aviação e a principal fonte de receita da Boeing. A versão Max reprojetada teve tanto sucesso que recebeu mais de 5000 pedidos que totalizaram mais de US$ 600 bilhões, incluindo aviões que já foram entregues. Mas o retorno comercial do avião mais vendido da Boeing teve vários tropeços e é pouco provável que aconteça antes do início de 2020. Os atrasos já custaram à fabricante de aviões pelo menos US$ 8,4 bilhões até o momento, de acordo com a Bloomberg.

    Ações despencam

    As ações da Boeing despencaram 6,8%, para US$ 344, no fechamento de sexta-feira, prejudicadas por novas revelações e o contínuo desencontro entre a empresa e a Autoridade Federal de Aviação dos EUA (FAA, na sigla em inglês). A queda nos papéis da Boeing foi a pior desde fevereiro de 2016 e marcou o maior declínio no Dow Jones.