Boi: Carcaça Casada do Boi em SP Chegou a Operar Abaixo dos R$ 20,00/kg em Agosto

 | 08.09.2021 14:31

Com o poder de compra da maior parte da população brasileira fragilizado, o consumidor tem resistido em pagar preços mais altos pela carne bovina. Em agosto, a carcaça casada do boi, negociada no mercado atacadista da Grande São Paulo, chegou a operar abaixo dos R$ 20,00/kg, o que não era verificado desde o início de junho deste ano. Além do menor poder de compra da população, a carne bovina, mesmo diante do recente enfraquecimento no preço, ainda foi negociada a patamares elevados em agosto. Assim, agentes atacadistas consultados pelo Cepea indicaram que o varejo vem adquirindo novos volumes de carne bovina apenas para repor estoques, mas os negócios envolvem pequenas quantidades. Parte dos varejistas chega a indicar eventuais “sobras” de carne.

Em agosto, a carcaça casada do boi – negociada no mercado atacadista da Grande São Paulo – teve média de R$ 20,04/kg, à vista, sendo 0,9% inferior à de julho, mas 0,89% acima da de agosto do ano passado, em termos reais (os valores médios mensais foram deflacionados pelo IGP-DI de julho/21). Trata-se, também, da menor média mensal desde agosto/20, quando foi de R$ 19,86/kg. E esse cenário é verificado mesmo com a baixa oferta de boi gordo para abate e com as exportações bastante aquecidas, o que, vale lembrar, acaba enxugando a oferta da proteína no mercado doméstico.

SUSBTITUTAS – Com a carne bovina ainda negociada em alto patamar, as principais proteínas substitutas, as de frango e suína, estão mais atrativas ao consumidor. Em agosto, com o valor de um quilo de carcaça casada bovina foi possível comprar 2,5 quilos de carne de frango (resfriada, no atacado da Grande São Paulo) ou 2 quilos de proteína suína (carcaça especial, também na Grande São Paulo).

BOI GORDO – Assim como verificado para a carne, os preços do boi gordo também se enfraqueceram ao longo de agosto. Neste caso, a pressão sobre os valores da arroba pode estar vindo justamente da demanda do mercado doméstico, que mostra dificuldades em aceitar os atuais preços da matéria-prima. Em agosto, o Indicador do boi gordo CEPEA/B3 teve média de R$ 315,13 (à vista, mercado paulista), queda de 1,1% em relação à de julho, mas 7,41% acima da registrada em agosto do ano passado. A média atual é a menor, em termos reais, desde dezembro de 2020, quando esteve em R$ 308,51.

REPOSIÇÃO – Depois de atingir preço recorde em abril deste ano, quando esteve acima de R$ 3.200,00, o bezerro (nelore, de 8 a 12 meses, comercializado em Mato Grosso do Sul) teve média de R$ 2.851,71 em agosto, 4,1% abaixo da de julho/21 e a menor desde outubro de 2020, também em termos reais.

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EXPORTAÇÕES – Agosto foi marcado por recordes atingidos pela exportação. Segundo dados da Secex, foram embarcadas 181,6 mil toneladas de carne bovina in natura, 9,2% acima do mês anterior, 11,2% a mais que em agosto do ano passado e um recorde. Como o preço pago pela tonelada em dólar também foi recorde (US$ 5.679,70), as receitas em moedas norte-americana e nacional foram igualmente as máximas da série histórica da Secex, somando respectivos US$ 1,031 bilhão e R$ 5,45 bilhões – ressalta-se que essa é a primeira vez que o montante em dólar fica acima de US$ 1 bilhão e também a primeira vez que a receita em moeda nacional supera os R$ 5 bilhões.