Braskem: Inferno Astral Continua

 | 27.08.2020 13:54

O inferno astral pelo qual passa a Braskem (SA:BRKM5) (SA:BRKM3) parece não ter fim. Com o mercado petroquímico pressionando as margens desde 2018, com o evento geológico em Alagoas originando mais despesas, agora chegou a vez do imbróglio com a Pemex (petroleira estatal mexicana) chegar a um eventual desfecho — e não parece que será muito favorável para a Companhia.

A Braskem Idesa (joint venture com o grupo mexicano Idesa) já não vinha recebendo o volume contratado com a Pemex desde quando a petrolífera passou a enfrentar problemas na produção em 2017. Além disso, também figura um processo de investigação de corrupção no país, capitaneado pelo atual governo para escancarar os antigos atos ilícitos da gestão anterior. E sobrou para o contrato de fornecimento entre a Pemex e a Braskem Idesa, feito em 2010, que foi mencionado em delação de um ex-diretor da estatal.

No fim das contas, resta à Braskem lidar com os problemas do passado e os atuais. Para conseguir manter seus níveis de produção adequados, ela passou a importar Etano dos EUA. O projeto com investimento de 4 milhões de dólares — barato para a Companhia — visa complementar a falta de matéria-prima, importando cerca de 12,8 mil barris por dia, que é o equivalente a 19 por cento da sua necessidade atual.

Dentro de suas limitações, o projeto conseguiu elevar a produtividade da planta mexicana desde a sua implementação no final de 2019.