Café: Cotações de Arábica Seguiram em Queda em Fevereiro

 | 14.03.2018 18:20

ARÁBICA

As cotações de arábica seguiram em queda em fevereiro. Além da expectativa de uma boa safra 2018/19, os preços internos também foram pressionados pelos futuros da variedade e pelo câmbio. No mês passado, a média do Indicador CEPEA/ESALQ do arábica foi de R$ 438,32/saca de 60 kg, 1,8% inferior à de janeiro. Em relação a fevereiro de 2017, o recuo chega a 13,83%. Vale mencionar que, com as desvalorizações externas e do dólar, os preços domésticos do arábica caíram com força em meados do mês: no dia 20, o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, posto na capital paulista, fechou a R$ 433,39/saca de 60 kg, o menor patamar real desde fevereiro de 2014 (os valores foram deflacionados pelo IGP-DI de jan/18). Nesse cenário, produtores seguiram retraídos, esperando melhores preços para retornar ao mercado. Já do lado comprador, muitos exportadores aguardam o início da nova temporada (2018/19) para adquirir grãos mais novos. Além disso, o mês mais curto e o recesso de Carnaval também contribuíram para a retração de agentes, dificultando os negócios. A média de todos os contratos na Bolsa de Nova York (ICE Futures) em fevereiro foi de 122,44 centavos de dólar por libra-peso, queda de 3,07% em relação à de janeiro. O dólar, por sua vez, teve média de R$ 3,246, avanço de 1,1% na mesma comparação.

O clima seguiu favorável na maior parte das regiões produtoras de arábica em fevereiro, auxiliando no desenvolvimento dos cafezais e na maturação dos grãos. Choveu durante quase todo o mês, mas os maiores volumes foram registrados no final do período. No Cerrado Mineiro, colaboradores indicam que as chuvas foram satisfatórias, sendo que, na estação de Patrocínio, o acumulado chegou a 241,4 mm. No Sul de Minas (Varginha), choveu 166,2 mm no mês, enquanto no Noroeste do Paraná (Londrina), choveu 116,6 mm em fevereiro. Nas regiões paulistas, os acumulados variaram: enquanto na estação de Bauru (Garça), o acumulado foi de 79,8 mm, na estação de Franca (Mogiana), o total foi de 245,8 mm. Já em Manhuaçu (Zona da Mata Mineira), as precipitações somaram apenas 27 mm no mês, porém, colaboradores indicam que, até o momento, esse cenário não prejudicou o desenvolvimento das lavouras de café arábica, cujo ritmo é considerado bom – em grande parte das regiões, a maturação está adiantada, segundo colaboradores do Cepea. Há informações de que, em alguns locais, a colheita da variedade pode ser iniciada ainda em maio, antecipando a oferta de cafés da nova temporada 2018/19, principalmente na Zona da Mata e nas regiões paulistas de Garça e Mogiana. Já no Cerrado mineiro, enquanto alguns agentes também apostam no adiantamento da colheita, outros acreditam que as atividades devem ser iniciadas efetivamente apenas em junho. No Sul de Minas e no Noroeste do Paraná, colaboradores do Cepea indicam que a colheita de arábica deve começar apenas em junho, período normal para a região. Também vale lembrar que o regime de chuvas nos próximos meses vai influenciar o calendário de colheita.

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