Café: Novembro Foi Marcado Pelo Forte Avanço das Cotações Externas e Internas

 | 09.12.2021 16:26

h2 ARÁBICA

O mês de novembro foi marcado pelo forte avanço das cotações externas e internas do café arábica. No cenário internacional, os contratos na Bolsa de Nova York (ICE Futures) chegaram a operar acima dos 230 centavos de dólar por libra-peso, sendo que, no dia 24, o contrato Março/22 atingiu 245,40 centavos de dólar por libra-peso, o maior patamar desde janeiro de 2012. Além da alta dos futuros, agentes brasileiros estiveram afastados do mercado spot, na expectativa de preços ainda maiores, contexto que reforçou o movimento de valorização do arábica no Brasil. Assim, no dia 25 de novembro, o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, posto na capital paulista, fechou a R$ 1.466,92/saca de 60 kg, o maior patamar real desde 20 de dezembro de 1999 e novo recorde nominal da série histórica do Cepea, iniciada em 1996 (valores deflacionados pelo IGP-DI de out/21).

E os fundamentos para a elevação dos valores seguiram sendo as preocupações relacionadas à oferta, tendo em vista a expectativa de quebra de safra em importantes países produtores, como o Brasil, e problemas logísticos. Segundo agências internacionais, os atrasos nos embarques, problemas de espaço e aumento dos custos dos fretes marítimos geram temores de falta de abastecimento nos próximos meses, o que, por sua vez, leva agentes a intensificar as compras de contratos na Bolsa de Nova York. Ressalta-se que, nos últimos meses, torrefadores utilizaram estoques certificados nos países consumidores para suprir a demanda. Quanto à produção de café em 2022, são crescentes as apreensões quanto aos possíveis impactos do fenômeno La Niña sobre as safras da Colômbia e do Vietnã. No Brasil, produtores seguiram relatando problemas de “pegamento” das flores na maior parte das lavouras de arábica. No entanto, agentes consultados pelo Cepea afirmaram que estimativas quanto à real quebra na safra 2022/23 podem ser realizadas apenas após o “pegamento” e início do enchimento dos grãos, que deve ocorrer entre janeiro e fevereiro de 2022. No encerramento do mês, especificamente, os preços se enfraqueceram, influenciados por temores relacionados ao aparecimento de uma nova variante do coronavírus. Apesar disso, o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, posto na capital paulista, ainda acumulou avanço de 13,04% em novembro, fechando a R$ 1.420,09/sc de 60 kg no dia 30.