Café: Preços Internos do Arábica Subiram em Maio, Impulsionados Pelo Dólar

 | 14.06.2018 15:37

ARÁBICA

Os preços internos do arábica subiram em maio, impulsionados especialmente pela valorização do dólar, mas também pelo avanço das cotações externas e pela maior demanda. Esse cenário atraiu mais vendedores ao spot, elevando ligeiramente a liquidez interna do mercado de café arábica durante o mês. Segundo agentes, além da maior movimentação no mercado físico, muitos produtores aproveitaram o dólar mais valorizado para realizar negócios futuros, sobretudo no Sul e no Cerrado Mineiro. Além disso, os maiores valores de comercialização, às vésperas da intensificação da colheita de arábica, ajudaram na formação de caixa dos produtores para os trabalhos no campo.

Entretanto, vale ressaltar que, nas duas últimas semanas de maio, a paralisação dos caminhoneiros dificultou as negociações. A falta de caminhões e de combustível prejudicou desde a retirada dos cafés das lavouras até os embarques nos portos, cenário que afastou agentes do mercado, travando os negócios.

A média do Indicador CEPEA/ESALQ do arábica foi de R$ 451,01/saca de 60 kg, elevação de 3,7% em relação à média de abril (valores deflacionados pelo IGP-DI abril/2018). Já no comparativo com maio/17, as cotações registraram baixa de 2,8%. No mercado externo, os futuros foram impulsionados por movimentos técnicos, pela previsão de frio em áreas produtoras brasileiras e pela queda do dólar em alguns dias do mês. Em maio, a média de todos os contratos na Bolsa de Nova York (ICE Futures) foi de 122,01 centavos de dólar por libra-peso, avanço de 2,5% em relação a abril. O dólar teve média de R$ 3,637, forte alta de 9,6% na mesma comparação.

SAFRA 2018/19 – A colheita nas lavouras de arábica seguiu em menor ritmo em maio. Apesar de a intensificação das atividades ser esperada apenas para junho, devido à maturação dos cafezais, muitos produtores haviam iniciado a colheita dos cafés precoces e em lavouras mais novas em maio, sobretudo em Garça (SP) e no Noroeste do Paraná. Entretanto, o clima desfavorável (excesso de chuvas em algumas regiões e falta em outras) e a greve dos caminhoneiros diminuíram o ritmo das atividades. A falta de combustível para maquinário em algumas fazendas e a dificuldade de deslocamento de trabalhadores até as lavouras foram os principais fatores que atrapalharam a colheita de arábica no fim de maio. Assim, até o final do mês, o volume colhido no Noroeste do Paraná – região mais avançada nos trabalhos – estava em trono dos 20% do total esperado, segundo agentes consultados pelo Cepea. Na Zona da Mata (MG), esse volume estava próximo dos 15%, enquanto que no Sul de Minas e em Garça, a colheita não chegava aos 10% em cada praça. Já na Mogiana (SP) e no Cerrado Mineiro, o volume colhido não excedia os 5%. Com o fim da greve dos caminhoneiros, entretanto, colaboradores do Cepea esperam que os trabalhos de campo sejam retomados com maior força no início de junho, sendo que um maior volume de café novo deve chegar ao mercado após a segunda quinzena do mês.

Abaixe o App
Junte-se aos milhões de investidores que usam o app do Investing.com para ficar por dentro do mercado financeiro mundial!
Baixar Agora