Câmbio e Ibov? Reforma, Primeiro Passo Dado, Percurso Certamente Não Será Sombrio!

 | 21.02.2019 08:00

Muito a observar e acompanhar, por enquanto pouco a comemorar e a agregar nas perspectivas de preços de ativos e em tendências.

A proposta da reforma contém pontos bastante positivos e incisivos corrigindo o “status quo” inviável, mas certamente não passará incólume a “ferozes” oposições corporativistas e ideológicas e a farta propagação de “fake news” que deverão ser fartamente divulgadas visando desgastar seus relevantes e imperiosos objetivos.

A reforma da previdência é fundamental para reconduzir as contas públicas a uma situação em ordem e para garantir a sustentabilidade do teto de gastos, por isso temos afirmado que no contexto atual o cenário é binário, pois se der certo tudo bem o país acelera e retoma alinhamento com o desenvolvimento, caso contrário a tendência é permanecer neste quadro decrépito de atividade econômica e acentuando cada vez mais seus nefastos resultados, a partir do aumento de desemprego e perda de perspectivas mínimas sustentáveis.

O meio termo que pode resultar numa “meia reforma” ajudará, mas não resolverá.

Só há uma alternativa “dar certo ou dar certo” o mais possível, mas naturalmente é da índole do brasileiro que “a coisa é boa quando não me atinge no prejuízo” e desta forma não se pode vislumbrar “vida fácil” para o governo, por que não o país, alcançar a imprescindível modificação no trato da questão previdenciária.

A meta de economia de R$ 1,07 trilhão em 10 anos é extremamente ambiciosa, evidenciando que as reformulações das regras propostas tem a pretensão de dar solução completa a problemática da previdência no país, mas não podemos deixar de considerar que os debates e embates poderão provocar desidratação de alguns dos seus pontos mais relevantes e com isto reduzir esta objetivada meta.

Serão meses de intensa tensão envolvendo a discussão em torno da propositura. Estima-se que o teor definitivo só será possível no 3º trimestre, na melhor previsão, tempo demasiado para o país que tem pressa para romper as amarras que o impedem na evolução para a retomada da atividade econômica e suas benéficas consequências.

O governo vai ter que aprimorar e muito a sua articulação política no Congresso e este é um desafio adicional.

Abaixe o App
Junte-se aos milhões de investidores que usam o app do Investing.com para ficar por dentro do mercado financeiro mundial!
Baixar Agora

Com este substantivo tempo criando um considerável intervalo, a rigor, pela imprevisibilidade não há como realizar-se projeções sustentáveis para o desempenho da economia brasileira, mas é razoável admitir-se um crescimento do PIB menor do que o projetado e até redução da taxa SELIC consequente da inércia da atividade econômica.

Por outro lado, os investidores estrangeiros devem manter a retração na tomada de decisão de investir no mercado financeiro do Brasil, visto que neste momento e nos meses imediatos ainda não haverá convicção suficiente sobre o teor final da reforma proposta. O fluxo cambial financeiro este ano até o dia 15 deste mês atinge US$ 5,036 bilhões, mas há neste montante captações externas de empresas sediadas no Brasil, não sendo, portanto, tudo destinado ao mercado financeiro. É pouco, muito pouco, ante as projeções havidas na virada do ano que vislumbravam montantes sobejamente expressivos ingressando no país.

Então, neste momento, o bom senso impõe a absoluta sensatez dentro de um ambiente que busca “alimentar-se” de um otimismo excessivo e exacerbado, visto que no momento não há base fundamentalista para assegurar tendências nem no Ibovespa e nem no câmbio.

O Ibovespa para alavancar seus preços de forma sustentável precisa de fluxo externo, caso contrário ficará neste “vai e vem” que revela insegurança num quadro de economia real inerte e fragilizado, que também está esperando que a situação se altere com o sucesso do novo governo.

O câmbio, setor onde o país tem um quadro de absoluto conforto com reservas cambiais expressivas, contas externas equilibradas e déficit em transações correntes baixo têm o seu ponto de equilíbrio compatível com o “status quo” do país no intervalo entre R$ 3,70 e R$ 3,75, e não sugere, por enquanto, sustentabilidade com fundamentos para apreciações ou depreciações, até porque também inibe movimentos maiores no mercado futuro de dólar por ausência confiável de tendências.

Então, é previsível que ocorram movimentos voláteis e estressantes, por insegurança, mesclando com justificativas à margem deste movimento com comportamentos externos nem sempre válidos, mas que são utilizados com frequência.

Os bancos autorizados a operar em câmbio estão com suas posições no mercado à vista “vendida” em US$ 18,175 bilhões, ancoradas em linhas de financiamento em moeda estrangeira com recompra, fornecidas pelo BC no montante de US$ 10,985 Bi.

Evidentemente que esta perspectiva de um período considerável para a aprovação do texto final da Reforma preocupa visto que retarda a retomada de ritmo da economia brasileira, e, neutraliza decisões de investimentos fundamentais públicos e privados, e, retarda o esperado fluxo substantivo de ingresso de investimentos estrangeiros.

Um hiato que neutraliza projeções e tendências sustentáveis.

Sidnei Nehme

Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.

Sair
Tem certeza de que deseja sair?
NãoSim
CancelarSim
Salvando Alterações