Cenário de Curto Prazo Brasileiro Gera Otimismo e Ignora Fatores Futuros Negativos

 | 02.06.2021 06:00

Há sinais ainda discretos de retomada da atividade econômica no Brasil, o PIB do 1º trimestre aponta nesta direção, e com o novo perfil de atuação do Banco Central fazendo a correção da taxa de juros, compatibilizando-a com a realidade brasileira e aos parâmetros inflacionários presentes, o preço do dólar começa a devolver a exacerbação havida na formação do seu preço no Brasil, em certo momento estimulado pelo próprio governo em retórica permanente e pela inércia do BC no trato do juro.

O desafio seguinte é o Brasil reconquistar a atratividade e credibilidade externa face dos investidores estrangeiros, promovendo assim a melhora de fluxo cambial para o país e o retorno de recursos para o Ibovesspa e para a economia nacional.

O PIB do 1º trimestre deste ano cresceu 1% comparado com o mesmo período do ano passado, sem ajuste sazonal, tendo o agronegócio o carro chefe com alta de 5,2%, e até mesmo a indústria deu contribuição de 3%. Lamentável que o setor de serviço ainda não tenha ganho vitalidade já que registrou leve queda de 0,8%, sendo que este setor representa em torno de 70% do PIB. Bom sinal foi emitido também pela FBCF que disparou algo com 17%. O consumo das famílias registrou queda de 17% refletindo a interrupção dos programas emergenciais à população mais carente no período.

Na comparação com o 4º trimestre de 2020 o crescimento foi de 1,2%, com o agronegócio com crescimento de 5,7%, e nesta comparação o setor de serviços evidencia discreto incremento de 0,4%.

Com o mercado focado mais no presente, no curto prazo, o ambiente é de recuperação da economia, e com as perspectivas de aumento maior do juro o preço do dólar depreciar-se no nosso mercado, diminuindo a volatilidade, porém há no médio e longo prazo razões preocupantes ignoradas neste momento.

É imperativo que o governo haja no sentido do ajuste dos preços relativos da economia brasileira “marcados a mercado” e que foram extremamente aviltados pela combinação dos preços das commodities e do dólar no nosso mercado interno.

O preço do dólar já caiu mais de 12% e os preços alimentares e o petróleo não repercutiram o movimento da moeda americana colocando-se em baixa equivalente, pois, afinal, se penaliza a população e estimula a inflação com marcação de preços a mercado, nada mais lógico que repercuta a queda no preço do dólar de forma incontinente, ao invés de sustentá-los com base no preço máximo alcançado pela moeda americana.

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O governo precisaria agir de forma contundente neste aspecto que será relevante para conter o viés inflacionário presente.

Esta é a hora do governo cobrar a Petrobras (SA:PETR4) de forma contundente, sem perder de vista o comportamento dos preços do petróleo no mercado internacional, e também do agronegócio.

O sentimento é de o país deseja “viver o momento presente” sem os temores do que está por vir, como a probabilidade de termos uma 3ª onda da pandemia do coronavírus ou mesmo uma crise hídrica que teria forte impacto na atividade econômica, afetando não só o abastecimento de água como também a produção de energia, no ambiente interno, e no externo eventual decisão do Federal Reserve de reduzir os programas governamentais impactando na liquidez, além do risco da inflação americana se acentuar e o juro dos treasuries se elevarem, o que valorizaria o dólar.

Então, o que se vê nesta onda de “viver o presente” é o Ibovespa ganhando dinamismo, que poderá intensificar-se mais se o investidor estrangeiro retornar, e ao mesmo tempo o preço do dólar depreciar-se de forma rápida.

Mesmo o cenário político já muito focado nas eleições presidenciais do ano que vem e com perturbações pontuais pelo acirramento que tem origem na CPI em andamento parece ter consideração menor do mercado financeiro neste momento.

‘Viver o presente” e ignorar as perspectivas é uma opção, mas rigorosamente sem a sustentabilidade confortável, visto que o emprego e a renda no país tem dados preocupantes, o poder aquisitivo da população é cada vez menor e isto repercute na capacidade de consumo e há fatores externos que poderão afetar o nosso ambiente.

As vulnerabilidades continuam no radar e é temerário não considerá-las como factíveis.

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