China deve comprar menos carne bovina em 2024 (dos outros)

 | 02.05.2024 10:00

Em abril, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) atualizou as projeções para a produção e comércio global de carnes. 

Em relação ao relatório de janeiro, a expectativa para a produção global de carne bovina aumentou 1,5%, com projeção de 60,4 milhões de toneladas equivalente carcaça (tec.), o que equivale a uma evolução de 0,6% na comparação com o volume de 2023. 

Para o Brasil a projeção é de 11,2 milhões de tec. acréscimo de 2,4% na produção de carne bovina, na comparação anual, uma evolução de 3,5% em relação à expectativa de janeiro, também para 2024. Perceba que o órgão não projeta manutenção do ritmo de aumento dos abates do início de ano, na comparação anual. 

Para as exportações, o órgão diminuiu em 1,5% os embarques brasileiros de carne bovina, na comparação com a projeção de janeiro, mas ainda espera recorde e aumento de 1,1% na comparação com 2023. Considerando o ritmo de embarques do começo do ano, o cenário teria que mudar muito para que o acréscimo fosse tímido como esperam. 

Outro ajuste importante para a carne bovina foi o incremento esperado para as importações dos Estados Unidos. No relatório de janeiro, a expectativa era de que as importações do país, que trabalha com preços recordes para a arroba, aumentassem 1,1% em 2024. Na projeção de abril, esse crescimento esperado passou para 12,0%, frente a 2023, com aumento de 10,8% na quantidade projetada para o ano. 

Em relação à China, a previsão é de que o país compre 3,6% menos carne bovina, na comparação com 2023. No relatório de abril, houve diminuição de 2,8% na projeção, em relação à estimativa de janeiro. 

Cabe o destaque que, mesmo com recuo das importações de carne bovina pela China, o patamar atual é bem superior ao de antes do surto de peste suína africana em 2018, que tornou o país nosso principal cliente. Esperamos que seja uma acomodação dos volumes e não uma inversão de tendência.

Figura 1. Evolução das importações de carne bovina pela China e projeção para 2024, em milhões de tec.