Investing.com | 06.08.2021 08:48
Publicado originalmente em inglês em 06/08/2021
Dois meses depois da pior liquidação do cobre em mais de um ano, os investidores do metal vermelho ainda têm dificuldade para encontrar um pouco de sorte.
E tanto os fundamentos quanto aspectos técnicos sugerem que as coisas podem piorar para eles, antes de começar a melhorar.
O preço do cobre desenvolveu tendência de baixa na maior parte do tempo desde o tombo de 8% em junho, pior mês do metal desde março de 2020.
Essa queda ocorreu por causa da diminuição das compras do seu maior consumidor, a China, que decidiu usar seus estoques do metal de importações anteriores para forçar a queda dos preços, após atingirem máximas recordes em maio. A China importa quantidades enormes do metal para atender suas necessidades de construção e infraestrutura, de modo que o preço elevado do cobre estava começando a gerar preocupações de inflação em Pequim.
O sentimento baixista desde junho culminou em outro profundo recuo para o cobre nesta semana, com o mercado futuro de Nova York caindo 2,6%, maior declínio nas últimas sete semanas.
Novamente, a China ocupa o noticiário, desta vez não tanto pela supressão dos preços, mas por causa de novos casos de Covid , que estão se proliferando com variante Delta do vírus.
Ole Hansen, especialista em commodities do Saxo Bank, disse, na quinta-feira, que o cobre enfrenta “forças exercidas em direções opostas”.
“A narrativa de longo prazo não mudou muito... (mas) o mercado está um pouco preocupado com a desaceleração da demanda chinesa”, complementou Hansen.
O contrato futuro do cobre para setembro na Comex fechou na quinta-feira a US$4,3480 por libra-peso. Sua queda é de 11% desde a máxima recorde de US$4,888 em 10 de maio, embora ainda acumule alta de 24% no ano.
O ponto a ser observado é se o preço cai para US$4,20, disse em nota Tom Essaye, fundador da Sevens Report Research.
O cobre caiu para quase metade desse nível quatro vezes desde abril e voltou rapidamente a subir em cada vez, ressaltou Essaye, dizendo ainda:
“A perda do nível de US$4,20 levantaria preocupações sobre a sustentabilidade da recuperação [econômica].”
E o que mostram os aspectos técnicos do cobre? Até onde pode cair?
O analista técnico Sunil Kumar Dixit faz um detalhamento do cenário para nós.
Gráficos: cortesia de SK Dixit Charting
Para a perspectiva diária do cobre na Comex, Dixit diz que a leitura do Índice de Força Relativa é de 16/14, com sobreposição positiva capaz de gerar “algum repique desde as mínimas”.
E disse ainda:
“E o alvo será um retorno para US$4,42 desde a mínima de US$4,3060. Se a média móvel de 100 dias se sustentar, o cobre pode retestar US$4,62 e US$4,89.”
“Por outro lado, a não sustentação acima de US$4,30 pode desencadear mais perdas até a média móvel simples de 200 dias a US$4,14 e US$3,90.”
No gráfico semanal, se o cobre romper o fundo e sustentar preços abaixo de US$4,08, “os ursos vão tentar estabelecer US$4,62 como topo secundário e estender as perdas até US$3.80 ou mesmo US$3,30.”
Aviso de isenção: Barani Krishnan utiliza diversas visões além da sua para oferecer aos leitores uma variedade de análises sobre os mercados. A bem da neutralidade, ele apresenta visões e variáveis de mercado contrárias. O analista não possui posições nos ativos e commodities sobre os quais escreve.
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