Frank Holmes | 13.06.2023 10:34
O mercado do cobre está prestes a receber um influxo de investimentos sem precedentes nos próximos anos, diante da expectativa de valorização do metal com o aumento da demanda por veículos elétricos (VEs) e energia renovável, de acordo com o Citigroup (NYSE:C).
Em uma entrevista à Bloomberg na semana passada, Max Layton, diretor-executivo de pesquisa de commodities do Citi, afirmou que este é o momento ideal para os investidores se posicionarem no cobre, pois seu preço ainda está relativamente barato, em razão das preocupações com a recessão global. Atualmente, o metal vermelho está sendo negociado em torno de US$ 8.300 por tonelada, cerca de 26% abaixo da máxima histórica de quase US$ 11.300, tocada em outubro de 2021.
Layton acredita que o cobre possa atingir a marca de US$ 15.000 por tonelada até 2025, o que seria um salto significativo e superaria o rali do petróleo em 2008.
O Citi também observa que o cobre pode apresentar uma queda adicional no curto prazo, mas espera uma recuperação nos próximos seis a doze meses, à medida que o mercado reconhece a enorme discrepância entre oferta e demanda. Essa lacuna tende a se ampliar à medida que a demanda por VEs e energias renováveis continua a crescer.
h2 Vendas de veículos à combustão interna (VCI) devem atingir pico nesta década/h2Os veículos elétricos (VEs) exigem até três vezes mais cobre em comparação com os VCI tradicionais. No entanto, o número de novos depósitos de cobre descobertos está diminuindo, e o tempo necessário para a produção está aumentando devido aos custos crescentes. De acordo com a S&P Global, dos 224 depósitos de cobre encontrados entre 1990 e 2019, apenas 16 foram descobertos na última década.
Enquanto isso, as vendas de VEs continuam a aumentar rapidamente. No ano passado, as vendas totalizaram 10,5 milhões de unidades, e as projeções da Bloomberg New Energy Finance (NEF) sugerem que poderão chegar a cerca de 27 milhões até 2026. A Bloomberg prevê que a frota global de veículos de combustão interna atingirá seu pico em apenas dois anos, após o qual os VEs dominarão o mercado, seguidos pelos veículos híbridos. Até 2030, a expectativa é que os VEs representem 44% de todas as vendas de veículos de passeio, e até 2040, podem responder por três quartos de todas as vendas de veículos.
As ações da Tesla (NASDAQ:TSLA), maior fabricante de VEs do mundo, registraram uma valorização de mais de 100% até agora em 2023, fazendo com que tenha o terceiro melhor desempenho entre os papéis do S&P 500, atrás apenas de NVIDIA (NASDAQ:NVDA) (+166%) e Meta Platforms (NASDAQ:META) (120%). De fato, as ações da companhia se recuperaram totalmente desde a queda de outubro de 2022, quando o CEO, Elon Musk, resolveu comprar o Twitter por US$ 44 bilhões. Essa aquisição suscitou preocupações sobre a capacidade de Musk de liderar a empresa de veículos elétricos, ao mesmo tempo em que assumia um novo projeto em paralelo com a administração da SpaceX.
Na sexta-feira, as ações da Tesla registraram seu 12º dia consecutivo de valorização, representando uma sequência impressionante de ganhos, que não era vista desde janeiro de 2021.
A fabricante de carros sediada em Austin obteve um impulso significativo na semana passada, ao anunciar que o Model 3 agora se qualifica para um crédito fiscal de consumo de veículos elétricos (EV) de US$ 7.500. Isso significa que, na Califórnia, onde é aplicado um desconto fiscal adicional de US$ 7.500 para a compra de VEs, um Tesla Model S novo ficaria mais barato do que um Toyota Camry.
Para se qualificar ao crédito tributário nos EUA, a Tesla precisou fazer alterações na forma como obtinha os materiais para suas baterias, em conformidade com a Lei de Redução da Inflação (IRA), assinada em agosto de 2022. A IRA estabelece que 40% dos materiais e componentes das baterias de veículos elétricos devem ser extraídos ou processados nos EUA ou em um país com o qual os EUA tenham um acordo de livre comércio. Esse requisito de fabricação aumentará anualmente e, até 2027, 80% da bateria deverá ser produzida nos EUA ou em um país parceiro para se qualificar para o desconto total.
As ações da Tesla também se beneficiaram do anúncio da última quinta-feira de que os motoristas de veículos elétricos fabricados pela concorrente General Motors (NYSE:GM) poderão utilizar a rede de recarga da marca na América do Norte a partir do próximo ano. Esse acordo não só oferece aos clientes da GM acesso a mais 12.000 estações de recarga em todo o continente, como também aumenta significativamente a participação de mercado da Tesla na infraestrutura essencial de carregamento.
h2 Caçada de Musk pelo cobre/h2Em relação ao futuro, Elon Musk teria se reunido virtualmente no mês passado com L. Oyun-Erdene, primeiro-ministro da Mongólia. Embora os detalhes da discussão não tenham sido totalmente divulgados, é relevante mencionar que a Mongólia é um país rico em cobre, abrigando a quarta maior mina do metal do mundo, operada em parceria entre a Rio Tinto (NYSE:RIO) e o governo local. Em maio, a Rio Tinto anunciou o início da produção na mina, localizada a 1,3 quilômetros abaixo do Deserto de Gobi.
Com acesso a esse cobre, é possível que a Tesla esteja planejando construir uma planta de processamento de metais na Mongólia, o que faria sentido considerando que a empresa já possui uma fábrica em Xangai, na China.
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