Commodities nesta Semana: Brexit Gera Incerteza no Petróleo; Ouro Segue de Lado

 | 21.10.2019 11:29

O movimento de vida ou morte do primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, no Brexit deixou em pânico os investidores do petróleo nesta semana, bem como as incertezas com o crescimento econômico na China e rumores de que a Rússia estaria ignorando os cortes de produção estabelecidos pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).

Já o ouro pode não se distanciar muito do patamar de US$ 1.500, graças ao suporte gerado pela determinação inicial do Reino Unido de deixar a União Europeia em 31 de outubro. Mas Johnson solicitou ao bloco mais um prazo de três meses, após seu plano de saída sofrer uma derrota parlamentar no sábado.

O primeiro-ministro tentará realizar outra votação no parlamento britânico nesta segunda-feira. Uma saída sem acordo, também chamada de “Hard Brexit”, pode ter graves consequências para os mercados de risco globais, inclusive para o petróleo, que teve dificuldade no último mês para romper o teto de US$ 55 por barril no petróleo norte-americano WTI e de US$ 60 no britânico Brent.

Limbo do Brexit pode trazer instabilidade para os ativos de risco como um todo

Fiona Cincotta, analista do forex.com, alertou, em uma nota, que “os ativos de risco como um todo podem sofrer instabilidade” com outra derrota acachapante no plano de divórcio do Reino Unido.

Outro calcanhar de Aquiles para o petróleo tem sido os dados econômicos decepcionantes que a China vem apresentando.

O crescimento do PIB da segunda maior economia do mundo derrapou para 6% nos três meses encerrados em setembro, uma queda em relação aos 6,2% do trimestre passado, segundo dados apresentados na sexta-feira. Trata-se do nível mais fraco desde que China começou a divulgar dados trimestrais em 1993.

Dados anêmicos na China continuam prejudicando o petróleo

Dominick Chirichella, diretor de risco e negociação do Instituto de Gestão Energética, em Nova York, declarou:

“O mercado está ficando cada vez mais preocupado com a desaceleração econômica na China, pois isso pode derrubar o crescimento da demanda mundial de petróleo, haja vista que a China é o motor principal do crescimento da demanda petrolífera.”