Commodities nesta Semana: Guerra Comercial Derruba o Petróleo e Impulsiona o Ouro

 | 05.08.2019 12:09

O plano de Donald Trump de aplicar tarifas adicionais à China deve gerar novos distúrbios nos mercados globais nesta semana, pressionando principalmente o petróleo, mesmo com as tensões iranianas dando algum suporte aos preços.

O ouro, considerado porto seguro em tempos de crise econômica e política, deve continuar se beneficiando do conflito comercial entre EUA e China, embora o provável ressurgimento do dólar depois da decepção da semana passada com o corte de juros do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano) possa gerar obstáculos para o metal precioso.

No front do petróleo, a Guarda Revolucionária Iraniana capturou um navio-tanque iraquiano no Golfo Pérsico que estaria contrabandeando combustível, além de deter sete tripulantes, segundo informações da imprensa estatal do Irã no domingo.

Sentimento no petróleo é errático apesar das tensões iranianas

O petróleo West Texas Intermediate , negociado em Nova York, se desvalorizou diante das preocupações com a China, que continua sendo um dos maiores compradores do petróleo norte-americano.

Resultados trimestrais abaixo do esperado de alguns produtores de óleo de xisto nos EUA também pesaram sobre os preços do WTI aparentemente. Os papéis da Concho Resources (NYSE:anunciou uma redução de 25% em seu lucro, apesar dos aumentos de produção. A companhia afirmou que reduzirá as despesas e desacelerará as perfurações no segundo semestre, uma iniciativa que pode dar mais suporte aos preços mais adiante, mas não imediatamente.

Voltando à guerra comercial: o tuíte de Trump anunciando uma tarifa de 10% sobre US$ 300 bilhões de importações chinesas não taxadas até o momento teve o mesmo impacto destrutivo de um míssil balístico intercontinental nos mercados quando foi lançado na quinta-feira. Ninguém, obviamente, poderia saber desse projétil de 140 caracteres a não ser o próprio presidente. Ao se deparar com o fim abrupto de uma trégua que já durava um mês e com as promessas da China de contra-atacar, os investidores não poderiam ter outra reação plausível a não ser derrubar os mercados de ações e petróleo.