Commodities Nesta Semana: Mais Anúncios de Cortes no Petróleo? Ouro Ganha Força

 | 18.03.2019 05:27

Cortes, cortes e mais cortes – isso é o que o mercado de petróleo provavelmente vai ouvir até a reunião da Opep, em abril. Os dados mostram que o mundo ainda tem mais petróleo do que precisa, apesar da retirada de pelo menos 1,2 milhão de barris por dia (bpd) do mercado e do desejo da Arábia Saudita de fazer com que o barril volte a custar US$ 80.

O ouro, de outro lado, parece estar prestes a se manter de forma mais estável no patamar de US$ 1.300 por onça, enquanto as preocupações econômicas mundiais se alternam com a crise do Brexit, fazendo com que o metal amarelo se torne um porto seguro.

h3 Cortes de petróleo da Opep devem continuar até junho/h3

Antes da reunião oficial de 17 de abril, em Viena, os ministros de energia dos 15 países membros da Opep e da Opep+, aliança de 10 países liderada pela Rússia, se encontraram em Baku, Azerbaijão, para dizer ao mercado três coisas no fim de semana passado: (1) ainda há petróleo demais no mundo e provavelmente será preciso continuar realizando cortes de produção até junho; (2) as incertezas em relação ao fornecimento do Irã e da Venezuela estão complicando o reequilíbrio do mercado; e (3) pode ser necessário realizar cortes acima de 1,2 milhão de bpd, e os sauditas não serão os únicos a suportar esse fardo.

A Opep também está pensando em descartar uma reunião de análise de produção agendada para abril e ir direto para sua conferência de política mais importante em junho, já que os cortes de produção não serão concluídos até o mês que vem. Isso significa que o mercado pode continuar ouvindo o que o ANZ Bank chamou de “ruídos” da Opep sobre cortes até junho.

Dominick Chirichella, diretor de risco e negociação do Instituto de Gestão Energética, em Nova York, declarou o seguinte, em uma nota emitida no fim de semana:

“A narrativa dos cortes de oferta foi mais eloquente do que um possível cenário de desaceleração da demanda global nas últimas semanas, mantendo de fora aqueles que apostavam na queda do petróleo.”