Commodities nesta Semana: Opep, BCE e Eficiência do Shale Movimentam os Mercados

 | 09.09.2019 10:31

A enorme redução dos estoques petrolíferos nos EUA ajudou os preços a ganhar força no final do verão norte-americano. Mas a produção também aumentou furtivamente no acumulado do ano, apesar da forte queda na contagem de sondas, um evento menos observado, mas que pode ganhar mais atenção se os perfuradores de shale voltarem com tudo.

Os investidores do petróleo estão ávidos por mais um declínio nos estoques petrolíferos dos EUA , que já tiveram uma redução de quase 15 milhões de barris nas últimas duas semanas, em um possível sinal de demanda em alta. Ocorre, no entanto, que os fundamentos do petróleo estariam em condição muito melhor se a produção também estivesse caindo com a mesma intensidade.

Produção norte-americana está extremamente alta apesar do colapso no número de sondas

A pesquisa da Baker Hughes sobre o cenário de perfurações petrolíferas nos EUA na semana passada mostrou que o número de sondas operantes teve uma redução de 4 unidades, para 738, alcançando o patamar mais baixo desde o início de janeiro de 2018.

O mais surpreendente é que a produção de petróleo no país continua em tendência de alta, registrando novos recordes a cada semana. A produção total foi quase 12,7% superior ao mesmo período do ano passado. Os dados da Agência de Informações Energéticas dos EUA (EIA, na sigla em inglês) mostraram que a produção foi de 12,4 milhões de barris por dia (mbpd) na semana passada, um volume um pouco abaixo da máxima histórica.

Os investidores devem ficar atentos à eficiência do shale

Para uma perspectiva mais ampla, o setor de exploração e produção nos EUA possui 54% menos sondas do que as 1.609 instaladas durante as máximas de outubro de 2014, mas o país está produzindo 3.525.000 bpd (39,7%) a mais do que há cinco anos.

Em outubro de 2014, cada sonda em operação produzia 5.515,85 bpd. Na última sexta-feira, no entanto, esse número era de 16.802 bpd.

Esses dados ressaltam mais uma vez a incrível tecnologia por trás do fraturamento hidráulico, força motriz primária do shale.

Como o número de sondas pode estar atingindo a estabilidade, seria melhor que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e os investidores ficassem de olho na eficiência do setor, pois o shale pode ameaçar a alta dos preços.

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Opep e BCE no radar

Nesta semana, o Comitê de Monitoramento Ministerial Conjunto (CMMC) da Opep se reúne em Abu Dábi para avaliar os cortes de oferta de 1,2 mbpd que o cartel e sua aliada estratégica, a Rússia, têm realizado desde dezembro.

Após a análise, o comitê também recomendará à alta liderança da Opep o que precisa ser feito para impulsionar os preços do petróleo. Isso pode aumentar a volatilidade do mercado, à medida que os traders tentam interpretar suas palavras.