Como a Inflação Afeta os Fundos Imobiliários?

 | 22.05.2022 07:32

A {{ecl-1165||inflação, uma velha conhecida dos brasileiros, se tornou uma dor de cabeça para todo o mundo após o início da pandemia. Além da desorganização das cadeias de produção, eventos como a guerra Rússia-Ucrânia e as temperaturas extremas também contribuíram para um cenário ainda mais preocupante. 

Em 2021, o IPCA anual fechou na casa dos 10%. Em 2022, o mercado tem revisado as projeções inflacionárias anuais para cima há mais de 16 semanas. O último FOCUS, divulgado no dia 2 de maio, trouxe uma expectativa de IPCA para 7,89% no ano. 

Por conta deste cenário, o nosso Comitê de Política Monetária (Copom), elevou a taxa básica, a Selic, de 2% para quase 13% atualmente e, ainda que o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, diga que os juros devem parar neste patamar, alguns agentes de mercado têm discordado. Obviamente, assunto para outro artigo. 

Voltando ao tema inicial, somado ao cenário brasileiro, há ainda o aperto monetário promovido pelos países desenvolvifos, que também têm sofrido com a inflação. Nos EUA, por exemplo, o indicador que mede a alta de preços para a população (IPC) está com uma alta de mais de 8% nos últimos 12 meses.  

Todos esses eventos descritos acima afetam o mercado de renda fixa como um todo. Ao elevarem os juros, as autoridades monetárias geram uma mudança no fluxo de capitais, algo que afeta os ativos de direta e indiretamente. 

Por conta disso, a fatia dos investimentos alocados na renda fixa (títulos públicos e privados) têm crescido de forma significativa. Um levantamento da SmartBrain mostra que a fatia de recursos alocada nesta classe aumentou de 33,34% em março para 35,29% em abril. 

No caso dos fundos imobiliários, não poderia ser diferente. No Brasil, ainda de acordo com a empresa de informações, o mês de abril foi o primeiro no ano em que o IFIX registrou alta na participação da carteira de investidores, com crescimento de 1,19% no mês. 

Além disso, quando olhamos para os spreads do DY do IFIX vs. as NTN-Bs, eles estão cerca de 200 bps acima da média, ou seja, em topos históricos, conforme o gráfico abaixo.