Como a perda de um olho ajudou Charlie Munger a enxergar o sucesso

 | 05.12.2023 13:00

Charlie Munger, que faleceu na semana passada, aos 99 anos, foi um exemplo do “American Dream”, especialmente em um momento de descrença na possibilidade de uma vida melhor. Acredito que a trajetória de Munger, junto com dados da lista atualizada da Forbes 400, mostra que o sonho americano ainda está vivo.

O lendário investidor nasceu em uma pequena cidade do meio-oeste, longe do glamour de Wall Street. Ele enfrentou dificuldades em seus primeiros anos, como um divórcio, algo raro na época, que o deixou com poucos ativos.

Mas ele não se livrou da adversidade. Seu filho Teddy teve leucemia, e Charlie arcou com os custos do tratamento, sem ajuda de ninguém. Infelizmente, Teddy morreu aos nove anos, deixando Charlie arrasado.

Diante de tantos obstáculos - um casamento desfeito, falência, a perda de seu filho querido e depois a remoção de seu olho esquerdo após uma cirurgia de catarata mal-sucedida - imagino que tenha sido difícil para Munger resistir aos vícios que derrubaram muitos outros.

Por sorte, foi nessa época que o futuro bilionário conheceu um investidor excêntrico de Omaha, Nebraska, chamado Warren Buffett. Juntos, os dois investidores de valor começaram a comprar ações baratas de uma antiga empresa têxtil chamada Berkshire Hathaway (NYSE:BRKa) Inc. O resto, como dizem, é história.

Entre 1992 e 2022, a Berkshire teve um crescimento anual composto (CAGR) de 13%, superando o S&P cerca de dois terços do tempo em uma base anual. Se um investidor tivesse comprado US$ 100 em ações da Berkshire em 1978, quando Munger se juntou à empresa, esse investimento valeria cerca de US$ 400.000 hoje. O gráfico abaixo mostra os retornos anuais das ações da Berkshire A menos os retornos anuais do S&P 500.