Como andam as taxas do RendA+ no Tesouro Direto?

 | 06.07.2023 06:05

No início deste ano, o Tesouro RendA+ foi lançado e disponibilizado para investidores (pessoas físicas) através do Tesouro Direto. Trata-se de uma inovação interessante, pois o Brasil é o primeiro país do mundo a lançar títulos de dívida com cunho previdenciário tão explícito. Esses títulos pagarão rendas mensais por 20 anos a partir de uma determinada data futura. Essas rendas serão atualizadas mensalmente pelo IPCA e, por enquanto, o início do recebimento pode ser escolhido dentre os seguintes anos: 2030, 2035, 2040, 2045, 2050, 2055, 2060 e 2065. A primeira renda sempre se dará no dia 15 de janeiro. Por exemplo, o Tesouro RendA+ 2030 pagará sua primeira renda no dia 15 de janeiro de 2030 e a última, em 15 de dezembro de 2049.

Cabe lembrar que esses títulos não são substitutos diretos dos planos de previdência privada porque há diferenças importantes. A primeira que salta aos olhos é que o Tesouro RendA+ não cobre o risco da longevidade, ou seja, se você viver mais do que os 20 anos, sua renda cessará: em outras palavras, somente planos de previdência oferecem renda vitalícia. Por um lado, o Tesouro RendA+ não cobra taxa de administração, mas por outro lado não oferece os benefícios fiscais de um plano de previdência e, por exemplo, cobrará imposto de renda normalmente. O RendA+ não oferece benefícios de risco passíveis de contratação em planos PGBL e VGBL (como por exemplo, contra invalidez) e, em caso de morte, eles entram normalmente em inventário, levando bem mais tempo para o dinheiro ser disponibilizado aos herdeiros e possivelmente gerando custos adicionais de espólio.

Não obstante o que escrevi acima, eu acho o RendA+ muito interessante para compor uma boa estratégia previdenciária. Por exemplo, eles podem gerar uma renda por 20 anos em período mais jovem da terceira idade, permitindo a aposentadoria pelo plano de previdência com idade mais avançada (após esses 20 anos). Essa estratégia traz segurança ao saber qual a renda você terá por 20 anos (em poder de compra atual pelo fato do RendA+ ser protegido contra a inflação) e aumenta sua renda vitalícia porque ao se aposentar mais tarde, o cálculo desta renda fica (bem) mais favorável.

E quais as taxas que hoje são oferecidas pelos títulos RendA+? Tive o cuidado de entrar no site do Tesouro Direto nesta quarta-feira (5 de julho) para checar e eis a tabela abaixo. Percebam que as taxas de juros indicadas são reais, ou seja, acima do IPCA, de modo que tais títulos têm mecanismos de precificação similares às NTN-B’s.