Andrey Nousi | 17.03.2021 09:39
Esse é o meu primeiro artigo escrevendo para Investing.com. Aqui vou compartilhar muito conteúdo sobre macroeconomia e investimentos globais.
Tenho mais de 10 anos de experiência no mercado financeiro internacional e por muito tempo fiz gestão de portfólios bilionários no JPMorgan (NYSE:JPM) (SA:JPMC34) na Suíça. Portanto, os conteúdos de investimentos que compartilharei aqui com vocês seguirão a linha de visão global, mas que qualquer pessoa pode implementar.
Para esse primeiro artigo, pensei em falar sobre algo muito importante que está acontecendo, mas poucos no Brasil estão cientes: a crise de oferta dos semicondutores.
Os semicondutores (microchips feitos principalmente de silicone) estão por todos os lados: telefones celulares, computadores, aviões, televisões, carros, etc. Em 2020, a demanda global foi de cerca de US$ 440bi (95% da capacidade .
O conflito comercial dos EUA com a China também ajudou a piorar a situação, principalmente quando a administração do presidente Trump proibiu a venda de semicondutores para empresas chinesas, como Huawei e ZTE. Essas empresas começaram a estocar semicondutores para a produção de celulares 5G, entre outros. Ao mesmo tempo, empresas americanas foram proibidas de comprar da empresa produtora chinesa, Semiconductor Manufacturing International (HK:0981) (SMIC).
A situação é tão preocupante (para todos os governos) que o presidente Joe Biden, em fevereiro, assinou uma ordem de urgência para que os EUA encontrem mecanismos para produzir semis em território americano.
A China, por outro, investirá US$1.4tri nos próximos 5 anos para que cerca de 70% da demanda chinesa seja produzida em território chinês, buscando sair da preocupante situação atual (somente 5% da venda mundial é chinesa).
Simples, os fornecedores de semicondutores. Hoje a cadeia produtiva se divide em:
Produtores, também chamados de Foundries: TSMC (NYSE:TSM) (SA:TSMC34)
Designers, também chamados de Fabless: Qualcomm (NASDAQ:QCOM) (SA:QCOM34), Nvidia (NASDAQ:NVDA) (SA:NVDC34) e AMD (NASDAQ:AMD) (SA:A1MD34)
Produtores integrados (IDM), que fazem tanto a produção como design: Intel (NASDAQ:INTC) (SA:ITLC34), Samsung (LON:0593xq)
Nos últimos anos as empresas desse setor têm apresentado fortes retornos, dado a incrível demanda que cresce a cada ano por mais semicondutores de última geração.
No gráfico acima você vê a performance do S&P 500 (laranja) versus SOXX (ETF de semis, azul escuro), TSM (azul claro) e NVDA (amarelo). Impressionante!
Embora retornos passados não dão garantias de lucros futuros, os desequilíbrios da cadeia produtiva devem perdurar por meses, senão anos. Pois mesmo que o coronavírus seja amplamente controlado, a cultura de work from home veio pra ficar, e assim a demanda por eletrônicos deve permanecer aquecida. Enquanto que no lado da oferta, qualquer tentativa de construção de novas fábricas deve demorar entre 3 a 5 anos para ver a oferta aumentar significativamente.
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