Como usar estrategicamente a marcação a mercado

 | 12.01.2023 16:31

As festas de final de ano passaram e cada pessoa aproveitou de uma forma diferente. Enquanto uns optaram por ficar em casa, outros preferiram uma viagem entre amigos, família, namorado (a) ou até mesmo sozinho.

Independentemente do lugar em que você passou o réveillon, uma coisa é certa: todos gostam de viajar em algum momento do ano (pelo menos a maioria).

Entre os viajantes de plantão, há aqueles que preferem o calor, em um ambiente como uma praia para tomar aquela bebida gelada e pegar aquele bronzeado, como também há aqueles que são mais adeptos ao frio.

Quando a tão sonhada viagem está se aproximando, chega o momento de organizar a sua mala, e aqui vai um questionamento retórico: se você está indo para uma viagem para aproveitar o frio, faz mais sentido levar uma roupa de banho (sunga, biquíni) ou casacos e calças quentinhas para ficar mais protegido?

É esse tipo de questionamento que deveríamos fazer antes de investir em um determinado produto de renda fixa. Em um ambiente econômico volátil e com diversas incertezas pela frente, você deve ficar mais exposto ao mercado ou optar por aquele “casaco quentinho” para te manter mais protegido?

Marcação a mercado na renda fixa/h2

Antes de qualquer coisa, o investidor deve ter ciência de que, ao comprar um prefixado ou indexado à inflação, só vai render aquela determinada taxa se ele carregar o título até o seu vencimento.

Caso os juros de mercado (juros precificados pelo mercado para o futuro) subam no meio do caminho, o valor do seu título diminui naquela determinada data, dinâmica que está relacionada à elevação do custo de oportunidade daquele investimento. Essa é a tão famosa marcação a mercado (MaM).

Custo de oportunidade/h2

Aqui vai um exemplo sobre o custo de oportunidade.

Imagine que você comprou um prefixado com rentabilidade de 10% ao ano, entretanto, depois de um tempo, esse mesmo título passou a oferecer uma rentabilidade de 13% ao ano. Ou seja, aquele montante aplicado no prefixado a 10% a.a. poderia ter sido aplicado a uma taxa consideravelmente maior, o que traria maiores benefícios à sua carteira.

Abaixe o App
Junte-se aos milhões de investidores que usam o app do Investing.com para ficar por dentro do mercado financeiro mundial!
Baixar Agora

A rentabilidade não aproveitada de comprar a 13% a.a. seria justamente o custo de oportunidade de ter aplicado a uma taxa menor.

Esse cenário não é tão difícil de imaginar, afinal de contas, nosso país passou por essa situação recentemente.

Longa história curta/h2

Entre 2016 e 2019, o Brasil alterou a sua política econômica. A criação do teto de gastos, a aprovação da reforma da previdência e a entrada de Ilan Goldfajn para a presidência do Banco Central na época sinalizaram uma maior responsabilidade com a nossa situação fiscal e garantiram uma maior ancoragem das expectativas de inflação, o que fez o mercado exigir menores prêmios para financiar o governo, refletindo nas quedas significativas dos juros futuros.

No entanto, o ano de 2020 trouxe consigo a pandemia, que voltou a elevar o risco fiscal do país. Além disso, a inflação se mostrou mais pressionada e persistente. A combinação de ambos os fatores levou a aumentos significativos nos juros futuros, que voltaram a quebrar a barreira de dois dígitos.