Lance Roberts | 10.09.2020 10:38
Nos últimos meses, os mercados foram tomados pela sensação palpável de euforia. Lembro-me da última vez em que os investidores quase entraram em pânico. Foi em 1998, quando, após uma correção, o mercado deu início a uma corrida aparentemente sem fim até o pico de 2000.
Não gosto muito de analogias de mercado, pois dois ambientes de negócios nunca são os mesmos. Entretanto, muitas comparações estão sendo feitas atualmente com a década de 1990 para explicar o atual bull market. O gráfico é o seguinte.
Comparação entre o S&P 500 em 1998 vs. Pico de 2020 à data atual
Outra comparação são os valuations.
Relação preço-lucro no S&P 500
Atualmente, o primeira metade de um ciclo completo de mercado.
Bull markets no S&P 500
Eis algumas similaridades:
Em 1999:
Fed estava fornecendo liquidez antes dos problemas do ano 2000
Crescimento econômico começava a se deteriorar.
Juros estavam caindo.
Os resultados corporativos estavam crescendo, apesar do uso de “novas métricas”, recompras de ações e processos de fusão e aquisição desenfreados. (Quem consegue se esquecer dos gigantes de mercado Enron, Worldcom e Global Crossing?)
Margens financeiras/alavancagem eram usadas em níveis recordes.
O mercado acionário estava começando a ficar parabólico, com a explosão da euforia em um mercado “imperdível”.
Ativo especulativo preferencial: ações ponto.com
Em 2007:
Fed discutia que o subprime estava “contido”.
Crescimento econômico começava a se deteriorar.
Juros estavam caindo.
Endividamento e alavancagem forneciam um forte impulso de compra no mercado imobiliário, criando um “efeito patrimonial” aos consumidores, e os elevados valuations eram justificados pelo “Princípio de Cachinhos de Ouro”.
Margens financeiras/alavancagem eram usadas em níveis recordes.
O mercado acionário estava começando a ficar parabólico, com a explosão da euforia em um mercado “imperdível”.
Ativo especulativo preferencial: mercado imobiliário
Em 2020:
Fed continua alimentando os mercados com políticas acomodatícias.
Crescimento econômico em deterioração.
Taxas de juros continuam em declínio.
Os resultados corporativos crescem, apesar do uso de “novas métricas”, recompras de ações e processos de fusão e aquisição desenfreados.
Margens financeiras/alavancagem voltaram a ser usadas em níveis recordes.
O mercado acionário está começando a ficar parabólico, com a explosão da euforia em um mercado “imperdível”.
Ativo especulativo preferencial: ações propícias ao “trabalho remoto”
Evidentemente, essas são apenas algumas das similaridades.
Como ressaltamos acima, os valuations em todos os três casos superaram os picos de longo prazo dos mercados de 23x os lucros reportados. Além disso, como vimos em cada caso anterior, a confiança dos investidores está testando níveis extremos.
Nível de medo/ganância no mercado
Já vimos isso antes
Novamente, nada disso sugere que o mercado sofrerá um crash amanhã.
A história sugere que os mercados podem e vão continuar subindo no curto prazo. Como afirmei, o momentum é algo difícil de acabar.
No entanto, já joguei esse jogo antes e, com diz o velho ditado:
“Quanto mais as coisas mudam, mais elas continuam as mesmas.”
Se você já tem tempo de mercado, consegue rapidamente saber quem são os “patos” na mesa de pôquer.
Eles são aqueles que constantemente defendem que os preços só podem subir, que desta vez será diferente das anteriores e só se concentram nos suportes de alta.Tentar um “inside straight draw” não é impossível; porém, o mais das vezes, só gera perdas.
Jogar no mercado financeiro pode ser divertido no curto prazo. Entretanto, seria melhor se você sempre se lembrasse por que Las Vegas consegue obter lucros bilionários a cada ano.
Se você jogar o tempo suficiente, descobrirá que “a casa sempre vence”.
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